GAPN São Carlos - SP

O Grupo de Apoio ao Parto Natural em São Carlos realiza reuniões quinzenais, às segundas-feiras, 19h30, no Espaço Pradoulas - Rua Jesuíno de Arruda, 1228 Jardim São Carlos.

Não precisa fazer inscrição. É só chegar e escolher o lugar. Acompanhantes são sempre bem vindos!

Venha tirar suas dúvidas sobre o melhor jeito de trazer seu bebê para o lado de cá da barriga!


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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

PD em Pirassununga - mais um! Uhu!



Abaixo o relato de parto da Débora Ferrarezi, de Pirassununga.

Tão lindo, tão bom de se ler! 

Parabéns Débora e Rodrigo. Bem vinda Raíssa!

Beijos,

Vânia Doula.




Finalmente... Relato do nascimento da minha princesinha Raíssa em casa, assistida pelas lindas Jamile e Camila... 

________ 

Eu queria começar esse relato contando um pouco da minha escolha pelo Parto Domiciliar... eu comecei a pesquisar sobre partos 3 anos antes de engravidar, qdo minha irmã estava grávida do João, de cara me apaixonei pelo parto humanizado, fiquei passada com a situação das cesáreas eletivas no Brasil e horrorizada com os procedimentos feitos de rotina com a mulher e principalmente com o bebê dentro de um hospital, e comecei a ler e me informar para quando chegasse minha vez. 

No início de 2010, eu e o Rodrigo decidimos que no final deste ano começaríamos nossas tentativas para nosso bebê, intensifiquei as leituras sobre partos e no meio do ano descobri a partonosso, lá se falava tão naturalmente do Parto Domiciliar que depois de alguns relatos tive a certeza que era assim que eu queria parir, não sabia se era possível, não sabia por onde começar mas a decisão estava tomada. Comecei a falar sobre isso com o Rodrigo que pra minha surpresa me apoiou de cara e eu passei a devorar as mensagens da partonosso, ler livros, relatos de parto e tudo mais...

Em julho de 2010 parei o AC, depois de 7 anos tomando, depois de um ciclo resolvemos não esperar o fim do ano e começar as tentativas logo, e nossa princesa só estava esperando essa brecha para vir, engravidei em setembro, logo no primeiro ciclo de tentativas... 

Nesse meio tempo, em agosto, uma colega de trabalho teve seu Parto Domiciliar, o que me deu forças e certeza q o meu daria certo tbm, descobri q ela foi assistida por uma parteira de São Carlos e já sabia onde buscar informações qdo chegasse minha vez 

Minha gravidez foi abençoada por Nossa Senhora e não tive problema nenhum, tudo correu perfeitamente bem e eu me sentia plenamente feliz e realizada... segui meu pré-natal pelo SUS e fui guardando $$$ para o parto... 

Com 33 semanas tive minha primeira consulta com a Jamile e a Camila, e foi amor a primeira vista, rsrs, adorei elas e tive certeza q queria ser assistida por elas... tivemos outras consultas e fomos conversando, momentos q foram muito importantes no fim da minha gravidez 

TP 

Dia 22/06/2011, com 40 semanas e 5 dias, fomos a última consulta com a Jamile em São Carlos, eu estava gripada, tossindo e com febre, a viagem de carro foi péssima e tive muitas cólicas, principalmente na volta, mas tudo passou qdo cheguei em casa. No dia seguinte, fui no PS por causa da febre que não cedia, um medo de me internarem, afinal estava com 40 semanas e 6 dias de gestação, mas tudo correu bem e depois de um soro e antibiótico me liberaram. 

Dia 24/06/2011, o dia q eu achava q ela chegaria, 41 semanas, e... nada.. rsrs... qdo fui no banheiro uma melequinha meio de sangue, era o tampão q tinha começado a sair, eu estava tendo algumas contrações com cólicas, mas nada q animasse. 

Dia 25/06/2011, acordei com cólicas chatinhas a 01:30 da manha, não conseguia ficar deitada, levantei, estava muito frio, fui pro chuveiro, deixei a água quentinha direto no pé da barriga q era onde doíam as cólicas, mas não melhorava, tentei dormir de novo mas acordei com outra cólica uns 10 minutos depois, foi aí q resolvi prestar atenção nos intervalos, 10 minutos, 15, 05, 15, 10... vi q ainda não era TP, mais banho quente, cama e nada de melhorar, fui pro sofá ver TV, qdo vinha a contração levantava, mudava de posição e entre elas cochilava, Rodrigo levantou preocupado, falei pra ele q estava com contrações irregulares q ele podia voltar a dormir, tomei outro banho, nada de melhorar e nada de ganhar ritmo, continuava tudo irregular. 

Pela manha mandei sms pra Jamile falando das contrações , ela me mandou andar, agachar, rebolar, mas tudo q eu tentava parecia q a contração vinha mais forte, os intervalos diminuíram mas ainda sem ritmo, 7 minutos, 5, 10, 03... lá pelas 11hs Rodrigo saiu pra resolver umas coisinhas e ficou de voltar com a minha mãe, qdo ela chegou começamos a contar as contrações, q já estavam muito fortes, em uma ida ao banheiro o tampão saiu, inteiro de uma vez, algumas contrações vinham tranqüilas e outras quase insuportáveis, eu só conseguia pensar que ainda tinha q ritmar e ia ficar mais forte, elas estavam de 4 minutos, 02, 03, 05, com duração desde 30 segundos até 1 minuto e 20, eu só conseguia ficar em pé e massageava o pé da barriga, era assim q passava pelas contrações, não consegui almoçar, comi muito pouco, falamos com a Jamile sobre os intervalos e duração e pouco depois recebi um sms de que a Camila estava a caminho, pedi pra minha mãe parar de contar as contrações e me ajudar com as massagens, qdo a Camila chegou eu já estava com contrações mais fortes mas ainda irregulares, algumas super tranqüilas, outras punk, mas ainda conversava entre elas. 

Qdo eram + ou - 16hs, resolvemos fazer um toque, eu estava com medo de estar só com uns 2 cm já q as contrações não chegaram a regular, e para nossa surpresa eu já estava com 8 cm, a partir daí comecei a me entregar ao processo, Camila colocou um CD com músicas de yoga pra tocar, super relaxante e eu fui atraída pela música, não deixava minha mãe sair de perto de mim e me irritava com as piadinhas e tentativa de tirar fotos do Rodrigo. Lembro de serem 17 e pouco qdo a Camila virou o relógio e eu entendi que eu tinha q me desligar, os horários depois disso eu só sei pelas fotos, qdo eu me concentrava na contração e deixava ela vir ela era tranqüila, qdo eu tentava lutar contra ela parecia q eu não ia agüentar, aí eu ouvia a Camila respirando forte e me lembrava de respirar e me concentrar, em algum momento desses a Jamile chegou, eles montaram a banheira e começaram a encher, estava escuro na sala e eu estava bem lá, mas estava há muito tempo em pé, minha perna tremia, eu precisava de outra posição, me ofereceram a banqueta de parto e eu aceitei, fiquei um tempo lá, mais um toque e ouvi q estava com dilatação total... logo disseram que a banheira estava pronta e fui pra água mais do que depressa. 







A banheira, nossa, q alívio, como foi bom entrar naquela água quentinha, relaxei, senti q era ali q minha princesa ia nascer, lembro de sentir muita sede, tbm lembro de estar consciente em todo o processo mas não me esforçar para saber tudo q acontecia ao meu redor, eu tentava me desligar e me concentrar na chegada da minha princesa, começou a tocar Isadora Canto, perfeita para o momento e eu viajei... eu segurava a mão da minha mãe de um lado e do Rodrigo do outro, eles me davam apoio e conforto, em nenhum momento de todo processo pensei em anestesia ou hospital, eu sempre soube q daria conta e confiava no meu corpo, comecei a sentir os puxos, a vontade de fazer força, era incontrolável, meu corpo fazia a força sozinho, foram varias forças, eu abria a boca, eu gemia, gritava, era um alivio muito grande, senti queimar, eu falava q tava queimando, tentava segurar, mas sabia q não devia, Rodrigo sentou em uma cadeira atrás de mim e me deu apoio, fiquei de cócoras apoiada nele, Jamile pegou o espelho pra me mostrar os cabelinhos da minha filha, eu não via nada, mas qdo coloquei a mão senti a cabecinha dela chegando pra mim, mais forças e a pressão foi muito grande, uma força comprida e nasceu a cabecinha, emendou com outra força e o corpinho escorregou, ela veio direto para os meus braços, toda dor passou, todo incomodo foi embora, uma alegria me tomou, minha princesa estava em meus braços, linda, perfeita, um chorinho q mais parecia um miado, papai cortou o cordão assim q parou de pulsar, estávamos extasiados, a ocitocina rolando no ar, a placenta saiu rapidinho. 








Logo eu estava na minha própria cama, com minha princesinha no colo, me sentindo a mulher mais feliz e realizada do mundo, Raíssa nasceu as 19:56, com 4.220kg, 53cm as 41 semanas e 01 dia de gestação e mamãe ganhou uns pontinhos que cicatrizaram e caíram em alguns dias... quem soube do parto domiciliar me chamoude corajosa, não me acho corajosa, acho corajosa a mulher que se submete a uma cesárea desnecessária, uma cirurgia de grande porte e ter q cuidar de um bebe depois, ou um parto normal hospitalar com todo o pacote de intervenções nesse caos q está a obstetrícia no Brasil, e é importante tbm dizer já q todos me perguntam se doeu, doeu sim, mas eu não sofri em nenhum momento, dor e sofrimento são duas coisas distintas em um parto natural e hoje que estou terminando esse relato 20 dias depois do parto eu digo que eu quero parir de novo, pq foi muito bom, e hj me sinto muito mais mulher e muito mais poderosa, parir é tudo de bom!!!  






PS: Aproveito aqui para agradecer as queridas Jamile e Camila, minha mãe e meu marido Rodrigo, por terem me ajudado a tornar esse momento não só especial, mas perfeito!!! 
Débora e Raíssa (39 dias - PD)

3 comentários:

  1. Nelsimare Senatore Ferrari26 de setembro de 2011 às 21:17

    Parabens e muita saude pra familia toda, sou enferemrira e acabei de me tornar doula, fiquei muito feliz com seu relato, pois moro em pirassununga e não imaginei que já huvesse histórias de partos domiciliares por aqui, muito bom saber, espero logo poder apoiar outras gestantes para que também possam setir esta experiencia maravilhosa, grande abraço.
    Nelsimare.

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  2. Nelsimare, que bom saber que temos mais uma enfermeira doula na região! Seja muito bem vinda!

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  3. PARABÉNS, lindo, lindo, lindo, o relato, o parto, a familia, tudo lindo, parabéns mesmo. Sou técnica de enfermagem do pré-parto aqui de Pirassununga, tenho uma filha de 9 anos (cesareana) e estou gravida de 10 semanas e morro de medo de parto normal, a Nelsi ja disse que será minha doula, mas ainda assim continuo morrendo de medo das dores. E você Débora é corajosa sim, uma super mulher e mãe, talvez desta vez eu tenha coragem, mas acho muito dificil, mas parabéns, espero que muitas mulheres se espelhem em você. bjs

    Mayana

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