Terça-feira, dia 08/12/2009
Objetivo: trocar experiências e tirar dúvidas sobre
a melhor forma de trazer um filho para o lado de cá da barriga!
Tema deste encontro: relato de experiência de Adriana Abujanra, pioneira dos partos domiciliares na região.
GRATUITO
Moderadoras: Ana Frederica e Vânia (doulas),
Carla Polido (obstetra) e Jamile Bussadori (Enfermeira Parteira)
Reuniões Quinzenais às terças-feiras, 19h30 no
CEO - Rua 9 de julho, 1615 - Centro São Carlos/SP
Informações: (16) 3372-0254
"Para mudar o mundo é preciso mudar a forma de nascer". (Odent, 2002)
Aqui mantemos informações sobre os encontros do Grupo de Apoio ao Parto Natural de São Carlos - SP
GAPN São Carlos - SP
O Grupo de Apoio ao Parto Natural em São Carlos realiza reuniões quinzenais, às segundas-feiras, 19h30, no Espaço Pradoulas - Rua Jesuíno de Arruda, 1228 Jardim São Carlos.
Não precisa fazer inscrição. É só chegar e escolher o lugar. Acompanhantes são sempre bem vindos!
Venha tirar suas dúvidas sobre o melhor jeito de trazer seu bebê para o lado de cá da barriga!
Quem somos nós
- Vânia Bezerra e Tatiana Nagliati
- São Carlos, SP, Brazil
- Psicólogas, doulas e mães, trabalhando pela humanização do parto. Vânia Bezerra- (16) 99794-3566/3413-7012 www.vaniadoula.blogspot.com vaniacrbezerra@yahoo.com.br Tatiana Nagliati - (16) 3372-7489 / 99172-1839 tatiananagliati@gmail.com
domingo, 6 de dezembro de 2009
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Aumento do parto domiciliar na região
Mulheres de classe média optam pelo parto domiciliar
No ano passado, região registrou 44 partos em casa, sendo 13 deles em Ribeirão Preto; médicos não apoiam a medida.
Psicóloga precisou buscar ajuda em São Carlos; esse tipo de parto demanda persistência e muito planejamento do casal.
A arquiteta Carolina Maistro como filho de três meses Ivan, no apartamento dos avós do garoto
LIGIA SOTRATTI
DA FOLHA RIBEIRÃO
Se dar à luz em casa foi, no passado, a única alternativa para a maioria das mulheres, hoje, a decisão de ser mãe no conforto do lar é uma opção para um grupo seleto de mães de classe média. Com pouco apoio da classe médica, a decisão requer persistência, planejamento de todas as etapas -inclusive um plano "B"- e investimento de cerca de R$ 3.000.
De acordo com levantamento divulgado na semana passada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na região foram realizados 44 partos domiciliares em 2008. Em Ribeirão Preto, 13 bebês nasceram em casa.
Antônio faz parte dessa estatística. Em março de 2008, ele nasceu em casa graças à insistência de sua mãe, a psicóloga e artista plástica Isabela Mosca Pereira. "O parto normal sempre foi uma vontade. Quando resolvi ter meu filho em casa, eu e meu marido começamos uma maratona para achar alguém que aceitasse fazer."
Sem opções na cidade, a ajuda veio da enfermeira obstetra Jamile Claro de Castro Bussadori, 34, de São Carlos.
"Para ter um parto domiciliar, é preciso uma gravidez de baixo risco, ou seja, uma gestação sem problemas, e que mãe e bebê estejam bem. Depois da questão de saúde, é preciso trabalhar o lado emocional. É essencial que a mulher conheça o seu corpo para estar tranquila na hora do parto", disse Jamile.
Jamile carrega os instrumentos necessários ao parto e a banheira em que a parturiente vai dar à luz e diz sempre ter um plano "B" traçado. "Discutimos tudo antes, o hospital que a mãe será encaminhada, caso haja alguma alteração, e até o trajeto do deslocamento."
Mesmo com os cuidados, o coordenador de obstetrícia do HC (Hospital das Clínicas), Geraldo Duarte, não recomenda o parto em casa. "Se no momento mudarem as condições, para onde vai essa gestante? Vai ter vaga no hospital? Vai ter um obstetra à disposição? Para qualquer complicação de obstetrícia é preciso um hospital e um médico", afirmou.
Outra opinião tem a médica ginecologista Betina Bittar. Desde 1997, ela trabalha em São Paulo fazendo partos domiciliares. Ela admite que a opção é mais difícil, mas é viável.
"Levo todo equipamento, oxigênio, soro, alguns remédios, material de entubação. A gente sabe que pode terminar no hospital. Mas, segundo a minha experiência, isso é raro."
Isabela diz que as aulas de ioga e a intimidade com o próprio corpo contribuíram para um parto tranquilo "Fiquei 25 horas em trabalho de parto e não foi cansativo. Foi bonito e especial. Se puder, quero ter o próximo da mesma maneira."
A arquiteta Carolina Maistro, 30, que teve o bebê em casa em agosto, também quer repetir a experiência.
OMS recomenda só 15% de cesáreas; aqui chega a 88%
Profissionais dizem que exagero se deve à conveniência dos médicos e pacientes.
"Desinformação é o que leva a maioria das mulheres a não considerar o parto natural como a primeira opção", diz enfermeira.
O número de crianças que nascem de modo natural tem caído ano a ano no país. Profissionais da área da saúde e mães apontam que a principal causa do aumento das cesáreas é a conveniência -para médicos e pacientes- e o medo da mulher de sentir dor.
De acordo com o Ministério da Saúde, 40% dos partos cesarianos no país são desnecessários. O índice recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é de 15%. Na maternidade Sinhá Junqueira de Ribeirão Preto, esse índice chega a 88%. Neste ano, em média, o hospital realizou 300 partos -somente 12% deles foram normais.
Para o coordenador de obstetrícia do HC (Hospital das Clínicas), Geraldo Duarte, o alto índice de cesáreas é pura comodidade. "É culpa do médico e da população. É mais tranquilo para o médico em termos de tempo e para a mulher, que não vai ter que fazer tanto esforço. A cesárea é feita com hora marcada e termina em até uma hora. O parto natural leva, em média, de oito a nove horas de trabalho intenso", afirmou.
Para a enfermeira obstetra Jamile Claro de Castro Bussadori, que faz parto normal em domicílio e em hospital, a desinformação é o que leva a maior parte das mulheres a não considerar o modo natural como a primeira opção.
"As mulheres têm medo, principalmente devido àquele estigma de que o parto é um sofrimento e aos relatos de avós e mães que tiveram muitas dores para dar a luz", disse.
Para a ginecologista Betina Bittar, que realiza partos domiciliares e hospitalares, há várias explicações para o elevado número de cesáreas.
"Mulheres foram muito maltratadas e desassistidas e passaram a outras gerações essa experiência ruim. Somado a isso temos uma classe médica mal remunerada que não incentiva esse tipo de parto porque absorve mais tempo e disponibilidade do profissional. Em vez de fazer vários procedimentos, o médico pode passar um dia todo com a parturiente. Tem também a questão da mulher não se sentir capaz. É um conjunto", afirmou.
Ricardo Carvalho, ginecologista da HC e docente da USP (Universidade de São Paulo), afirma que é preciso um equilíbrio. "Até que se prove o contrário, a indicação deveria ser normal. A cesárea deveria ter uma justificativa médica, como o feto estar em sofrimento ou sentado, entre outros problemas", afirmou.
No entanto, a escolha pelo parto normal tem entraves. "Uma questão cultural que dificulta é que a mãe quer que o médico que fez o pré-natal realize o parto. Como no modo natural não tem horário e nem dia para nascer, pode ser outro profissional de plantão. Muitas vezes, isso leva a mãe a agendar a cesárea para ter o mesmo médico", disse.
Entre as vantagens do parto normal apontadas pelos médicos ouvidos pela reportagem está a recuperação mais rápida da mãe e a menor incidência de problemas como depressão pós-parto e desmame precoce.
Arquiteta de Florianópolis tem o filho na casa da sogra
A arquiteta Carolina Maistro, 30, desde que descobriu a gravidez, estava determinada a ter seu bebê em casa, em Florianópolis. Aos sete meses, resolveu visitar a família em Ribeirão, sua terra natal. Foi, então, que o bebê resolveu nascer.
"Quis passar por todo o processo, mas não esperava que fosse na casa da minha sogra. Não vou dizer que não senti dor, dói e muito. Mas eu estava calma e saber o que está acontecendo com meu corpo amenizou. Foi como eu imaginava."
Ao oito meses de gestação, a professora de educação física Tatiana Bierrenbach Carreiro, 29, já se decidiu. "Aguento bem a dor e não gosto da ideia de hospital, de não ficar com meu filho nos primeiros momentos. Meu marido é médico e, desde o começo, foi a nossa opção ter o bebê em casa", conta.
Com parto previsto para o fim de dezembro ou começo de janeiro, a futura mãe se diz preparada. "Fiz oficina para gestantes e vi que trocar histórias, medos e expectativas com outras mulheres é muito importante. Estou bem segura da minha decisão", afirmou.
Para não preocupar a família, ela adiou a comunicação de seus planos. "Não quero que o pessoal fique preocupado e ansioso. Depois eu te conto."
Parteira que se aposentou apoia o procedimento
Longe de mulheres grávidas há 17 anos, a parteira aposentada Thereza Garófalo, 72, é favorável ao parto normal e lembra com carinho da época em que ajudava bebês a nascer.
"Passei a minha vida toda em hospital e foi lá, fazendo cursos, que eu comecei. Quem abraça a profissão na área de obstetrícia e tem amor a isso, vive muita emoção. É um momento muito bonito", afirmou.
Entre as crianças que trouxe ao mundo está o neto, hoje com 35 anos. Ela diz não se lembrar do total de partos que já fez.
"Foi muita gente, a maioria parto normal. Acho uma pena isso ter mudado, a cesariana é uma boa alternativa quando as mães não têm condições para o modo natural, quando há dificuldade. Mas hoje ninguém nem mais tenta parto normal e já agenda a cirurgia", disse.
Thereza lamenta o desaparecimento do seu ofício. "Hoje ninguém valoriza mais. Na minha época, eu trabalhava em parceria com o médico. Acompanhava a parturiente, relatava a situação para o médico. Era um trabalho de orientação e apoio à gestante", disse.
*Fonte: FOLHA RIBEIRÃO
No ano passado, região registrou 44 partos em casa, sendo 13 deles em Ribeirão Preto; médicos não apoiam a medida.
Psicóloga precisou buscar ajuda em São Carlos; esse tipo de parto demanda persistência e muito planejamento do casal.
A arquiteta Carolina Maistro como filho de três meses Ivan, no apartamento dos avós do garoto
LIGIA SOTRATTI
DA FOLHA RIBEIRÃO
Se dar à luz em casa foi, no passado, a única alternativa para a maioria das mulheres, hoje, a decisão de ser mãe no conforto do lar é uma opção para um grupo seleto de mães de classe média. Com pouco apoio da classe médica, a decisão requer persistência, planejamento de todas as etapas -inclusive um plano "B"- e investimento de cerca de R$ 3.000.
De acordo com levantamento divulgado na semana passada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na região foram realizados 44 partos domiciliares em 2008. Em Ribeirão Preto, 13 bebês nasceram em casa.
Antônio faz parte dessa estatística. Em março de 2008, ele nasceu em casa graças à insistência de sua mãe, a psicóloga e artista plástica Isabela Mosca Pereira. "O parto normal sempre foi uma vontade. Quando resolvi ter meu filho em casa, eu e meu marido começamos uma maratona para achar alguém que aceitasse fazer."
Sem opções na cidade, a ajuda veio da enfermeira obstetra Jamile Claro de Castro Bussadori, 34, de São Carlos.
"Para ter um parto domiciliar, é preciso uma gravidez de baixo risco, ou seja, uma gestação sem problemas, e que mãe e bebê estejam bem. Depois da questão de saúde, é preciso trabalhar o lado emocional. É essencial que a mulher conheça o seu corpo para estar tranquila na hora do parto", disse Jamile.
Jamile carrega os instrumentos necessários ao parto e a banheira em que a parturiente vai dar à luz e diz sempre ter um plano "B" traçado. "Discutimos tudo antes, o hospital que a mãe será encaminhada, caso haja alguma alteração, e até o trajeto do deslocamento."
Mesmo com os cuidados, o coordenador de obstetrícia do HC (Hospital das Clínicas), Geraldo Duarte, não recomenda o parto em casa. "Se no momento mudarem as condições, para onde vai essa gestante? Vai ter vaga no hospital? Vai ter um obstetra à disposição? Para qualquer complicação de obstetrícia é preciso um hospital e um médico", afirmou.
Outra opinião tem a médica ginecologista Betina Bittar. Desde 1997, ela trabalha em São Paulo fazendo partos domiciliares. Ela admite que a opção é mais difícil, mas é viável.
"Levo todo equipamento, oxigênio, soro, alguns remédios, material de entubação. A gente sabe que pode terminar no hospital. Mas, segundo a minha experiência, isso é raro."
Isabela diz que as aulas de ioga e a intimidade com o próprio corpo contribuíram para um parto tranquilo "Fiquei 25 horas em trabalho de parto e não foi cansativo. Foi bonito e especial. Se puder, quero ter o próximo da mesma maneira."
A arquiteta Carolina Maistro, 30, que teve o bebê em casa em agosto, também quer repetir a experiência.
OMS recomenda só 15% de cesáreas; aqui chega a 88%
Profissionais dizem que exagero se deve à conveniência dos médicos e pacientes.
"Desinformação é o que leva a maioria das mulheres a não considerar o parto natural como a primeira opção", diz enfermeira.
O número de crianças que nascem de modo natural tem caído ano a ano no país. Profissionais da área da saúde e mães apontam que a principal causa do aumento das cesáreas é a conveniência -para médicos e pacientes- e o medo da mulher de sentir dor.
De acordo com o Ministério da Saúde, 40% dos partos cesarianos no país são desnecessários. O índice recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é de 15%. Na maternidade Sinhá Junqueira de Ribeirão Preto, esse índice chega a 88%. Neste ano, em média, o hospital realizou 300 partos -somente 12% deles foram normais.
Para o coordenador de obstetrícia do HC (Hospital das Clínicas), Geraldo Duarte, o alto índice de cesáreas é pura comodidade. "É culpa do médico e da população. É mais tranquilo para o médico em termos de tempo e para a mulher, que não vai ter que fazer tanto esforço. A cesárea é feita com hora marcada e termina em até uma hora. O parto natural leva, em média, de oito a nove horas de trabalho intenso", afirmou.
Para a enfermeira obstetra Jamile Claro de Castro Bussadori, que faz parto normal em domicílio e em hospital, a desinformação é o que leva a maior parte das mulheres a não considerar o modo natural como a primeira opção.
"As mulheres têm medo, principalmente devido àquele estigma de que o parto é um sofrimento e aos relatos de avós e mães que tiveram muitas dores para dar a luz", disse.
Para a ginecologista Betina Bittar, que realiza partos domiciliares e hospitalares, há várias explicações para o elevado número de cesáreas.
"Mulheres foram muito maltratadas e desassistidas e passaram a outras gerações essa experiência ruim. Somado a isso temos uma classe médica mal remunerada que não incentiva esse tipo de parto porque absorve mais tempo e disponibilidade do profissional. Em vez de fazer vários procedimentos, o médico pode passar um dia todo com a parturiente. Tem também a questão da mulher não se sentir capaz. É um conjunto", afirmou.
Ricardo Carvalho, ginecologista da HC e docente da USP (Universidade de São Paulo), afirma que é preciso um equilíbrio. "Até que se prove o contrário, a indicação deveria ser normal. A cesárea deveria ter uma justificativa médica, como o feto estar em sofrimento ou sentado, entre outros problemas", afirmou.
No entanto, a escolha pelo parto normal tem entraves. "Uma questão cultural que dificulta é que a mãe quer que o médico que fez o pré-natal realize o parto. Como no modo natural não tem horário e nem dia para nascer, pode ser outro profissional de plantão. Muitas vezes, isso leva a mãe a agendar a cesárea para ter o mesmo médico", disse.
Entre as vantagens do parto normal apontadas pelos médicos ouvidos pela reportagem está a recuperação mais rápida da mãe e a menor incidência de problemas como depressão pós-parto e desmame precoce.
Arquiteta de Florianópolis tem o filho na casa da sogra
A arquiteta Carolina Maistro, 30, desde que descobriu a gravidez, estava determinada a ter seu bebê em casa, em Florianópolis. Aos sete meses, resolveu visitar a família em Ribeirão, sua terra natal. Foi, então, que o bebê resolveu nascer.
"Quis passar por todo o processo, mas não esperava que fosse na casa da minha sogra. Não vou dizer que não senti dor, dói e muito. Mas eu estava calma e saber o que está acontecendo com meu corpo amenizou. Foi como eu imaginava."
Ao oito meses de gestação, a professora de educação física Tatiana Bierrenbach Carreiro, 29, já se decidiu. "Aguento bem a dor e não gosto da ideia de hospital, de não ficar com meu filho nos primeiros momentos. Meu marido é médico e, desde o começo, foi a nossa opção ter o bebê em casa", conta.
Com parto previsto para o fim de dezembro ou começo de janeiro, a futura mãe se diz preparada. "Fiz oficina para gestantes e vi que trocar histórias, medos e expectativas com outras mulheres é muito importante. Estou bem segura da minha decisão", afirmou.
Para não preocupar a família, ela adiou a comunicação de seus planos. "Não quero que o pessoal fique preocupado e ansioso. Depois eu te conto."
Parteira que se aposentou apoia o procedimento
Longe de mulheres grávidas há 17 anos, a parteira aposentada Thereza Garófalo, 72, é favorável ao parto normal e lembra com carinho da época em que ajudava bebês a nascer.
"Passei a minha vida toda em hospital e foi lá, fazendo cursos, que eu comecei. Quem abraça a profissão na área de obstetrícia e tem amor a isso, vive muita emoção. É um momento muito bonito", afirmou.
Entre as crianças que trouxe ao mundo está o neto, hoje com 35 anos. Ela diz não se lembrar do total de partos que já fez.
"Foi muita gente, a maioria parto normal. Acho uma pena isso ter mudado, a cesariana é uma boa alternativa quando as mães não têm condições para o modo natural, quando há dificuldade. Mas hoje ninguém nem mais tenta parto normal e já agenda a cirurgia", disse.
Thereza lamenta o desaparecimento do seu ofício. "Hoje ninguém valoriza mais. Na minha época, eu trabalhava em parceria com o médico. Acompanhava a parturiente, relatava a situação para o médico. Era um trabalho de orientação e apoio à gestante", disse.
*Fonte: FOLHA RIBEIRÃO
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parto domiciliar - Jamile
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Por que procurar um GO humanizado?
Você gosta de mamão. Eu gosto de maçãs. A questão é subjetiva, portanto. Mas se comer mamão é o que eu preciso para soltar o intestino, eu comerei mamão. Não maçãs. Portanto isso já não é mais subjetivo. É um fato, por necessidade. O mamão é laxante, e a maçã, constipante. Não é uma escolha minha: são as propriedades das frutas que decidem qual o melhor caminho para mim.
Você prefere uma cesariana e sua amiga um parto normal. Isso não apenas não é subjetivo como também não é uma questão de escolha. A subjetividade é algo que, na ciência, não existe. A ciência é a ciência. Não se pode dizer que fumar é algo bom para o organismo porque a ciência provou o contrário.
No que tange ao parto, qual a relevância disso?
Devemos nos ater ao FATOS CIENTÍFICOS. Resultados de pesquisas rigorosamente controladas. De teses publicadas, de experiências acompanhadas, cujos resultados são levantados e expressos em dados, em estatísticas. E a ciência provou que a papaína, contida no mamão, é uma enzima com propriedades laxantes.
Um bom médico é um médico que se atém a esses fatos. Mas identificar seu médico como um bom médico só é possível saber SE VOCÊ SOUBER quais são essas evidências científicas. Um médico não pode ser definido como BOM pela sua simpatia. Pelo seu consultório. Por fazer ultrasonografias em cada consulta (Não existem estudos que comprovem que uma US não influencia no desenvolvimento do bebê). Não estou apregoando que um bom médico não seria simpático contigo, pelo contrário! Mas é fato que não é isso que o define como um médico a quem você poderá confiar sua gestação.
Há médicos que se dedicam ao respeito pelas mães e bebês no ato do nascimento, encarando o parto normal como algo realmente natural, e só fazendo cesarianas nos casos de REAIS necessidades. Por outro lado, há médicos que fazem da cesariana algo corriqueiro e habitual, expondo mulheres e seus bebês a uma cirurgia desnecessária que apresenta riscos muito maiores de mortes neonatais e maternas do que em um parto normal.
Por que os médicos fazem isso? São malvados?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que cesáreas só devem ser feitas em casos muito específicos. Por que então, mesmo assim, muitos médicos (a maioria deles, em nosso país) PREFERE fazer uma cesárea na sua paciente sem que ela precise, apesar de a OMS condenar veementemente esta prática?
As razões para o altíssimo número de cesáreas desnecessáreas no Brasil são muitas.
1 - Remuneração melhor - Médicos recebem mais, senão o dobro, para fazer uma cesárea do que um parto normal, pelo convênio. Mas a coisa está mudando. Enquanto não sairmos desse gerúndio, a motivação financeira deve ser relembrada e exaltada.
2 - Tempo - Uma cesariana não leva mais de 1 hora para ser feita. Um parto normal pode levar duas, cinco, dez horas, mais! Isso derrota a agenda do mestre, força desmarcar várias consultas, acordar de madrugada, retirar-se de algum evento, ficar de sobre-aviso "APENAS" porque um PN é a melhor eventualidade. Bem, lógico que entra dinheiro também nessas consultinhas desmarcadas - "Tempo é dinheiro"...
3 - "Salve a Tecnologia!" - A tecnologia dá a falsa segurança de que sempre tornamos um evento melhor do que ele poderia ser. A cesárea está neste rol. Ela só deveria ser realizada quando os riscos dela característicos fossem MENORES que os do parto normal, o que nos casos específicos representa menos de 2 casos a cada 10 mães. Essa visão unilateral da tecnologia como algo sempre bom é a mesma que faz com que tenhamos uma televisão no nosso quarto e nenhum livro na nossa cabeceira. A tecnologia que trouxe a cesariana até nós, como meio de resolver casos em que um parto é inviável, é a mesma que hoje causa problemas por acontecer em demasia - Mortes neonatais, maternas, aumento do desconforto respiratórios em bebês, dentre vários outros.
4 - A cultura da dor - Muitos médicos não têm muito trabalho para convencer suas pacientes a fazer uma cesárea. Muitas vezes elas mesmas colaboram, pois têm medo do parto normal por estarem expostas a uma cultura escabrosa, que expõe femmes urrando de dor nos filmes e novelas desde pequenininhas. A cultura da dor é a mesma cultura que AJUDA A TER DOR, haja visto que as mulheres que seguem para a hora de seus partos sem medo acabam tendo dores amenas ou até mesmo NÃO SENTINDO DORES. Ainda assim, essas mulheres encontram mais médicos inclinados à resolver essa "dor" com uma cesárea do que ao parto com analgesia. Por que será, não?
5 - Protagonismo no nascimento - No Parto Normal, quem atua é a mãe. Ela é a protagonista. O médico é uma pessoa que está ali para dar assistência. Na cesárea, quem faz o nascimento é o médico, e a mãe é APENAS espectadora. "Ah... o doutor... Ele tem incrível fascínio por ser o dono. Por dominar o nascimento, por recepcionar e ter a sensação de que ele trouxe o nascimento. Ele o fez. Um mágico com poderes de transformar barrigas contráteis em bebês que choram. E lá se vai o doutor pelas sete camadas buscar o coelho no fundo do chapéu e comemorar a realização de mais um "show da vida" ao fim do curativo. (...) Felizmente pode dar seu show em horário nobre, com tudo programado e estéril, com a rapidez e eficiência exigidos pelo mundo moderno. " (Dra Quesia Tamara, médica obstetra humanista em MG).
6 - O dito "sofrimento obstétrico" - Os graduandos da medicina estão sempre sob a pressão do "controle total". Um ambiente em que se aprende a ter total domínio das circunstâncias, em que você é coagido pelo medo de errar, não colabora para que formandos vejam o parto normal como um acontecimento controlável. O medo do "imprevisível" não seria justificável diante de formações sólidas, que partissem de evidências incontestes ao invés do medo pela ameaça de não dominar uma intercorrência futura.
7 - A coercitividade do sistema - Médicos que consigam lutar contra a maré dos motivos expostos acima são frequentemente perseguidos, ultrajados e condenados por muitos de seus colegas.
8 - Formação profissional desconexa dos interesses da população - Faculdades do nosso país, ao invés de produzirem ciência, têm sido cada vez mais órgãos de perpetuação de práticas viciadas. Servimos cada vez mais, em nossos laboratórios públicos, ao interesse de empresas privadas e não aos da população. É na Universidade que se faz ciência. Entretanto as nossas estão cada vez mais expostas aos ditames do mercado - Nestlé e outras grandes corporações pagam para que façamos pesquisas que sejam de seus interesses - Não dos nossos. Aliás, seria uma coincidência que nenéns nascidos pela cesárea sejam iniciados no NAN (Nestlé) com maior frequência do que os nascidos de parto normal? O parto normal favorece o aleitamento materno. Qual a implicância de um maior número de cesáreas para a indústria alimentícia, assim sendo?
A subjetividade faz o mundo mais colorido, é a expressão da diversidade ora oculta, ora exposta. Mas em se tratando do seu corpo, do seu bebê e da vida de ambos, será que confiamos os mesmos à ciência ou à subjetividade dos palpites médicos - formados, coagidos, remunerados e tecnologicamente influenciados por essas circunstâncias?
Procure um GO humanizado!
por Mariah Araújo
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Depressão pós-parto: a prevenção é possível?
A depressão pós-parto é um problema de saúde pública mundial, com conseqüências sérias para a saúde da mulher e do bebê. O prejuízo causado ao estabelecimento do vínculo entre os dois pode durar a vida toda. Assim, sendo possível prevenir algumas causas da doença, a vantagem será grande.
Quais são as causas da DPP? Disfunções hormonais são as mais conhecidas. Sentimento de descontrole do processo do parto e no cuidado com o bebê nos primeiros dias são as menos comentadas. E partindo-se do princípio de que a divisão entre mente e corpo é meramente didática, não existindo na realidade, chega-se à conclusão de que estamos falando da mesma coisa. (As pesquisas versam sobre uma coisa ou outra, e nós, leitores, é que devemos ter a visão totalizadora) .
Em primeiro lugar é preciso saber diferenciar DPP do fenômeno conhecido como “baby blues”: Este é uma espécie de saudade da barriga, saudade de estar grávida, que pode acometer de 50 a 80% das mães de primeira viagem. Caracteriza- se por uma tristeza que parece sem motivo, uma vontade de chorar junto com o bebê, às vezes descrita como uma sensação de "paraíso perdido", pois quando o bebê ainda estava dentro da barriga estava tudo bem. (? nas últimas semanas de gestação a barriga fica muito grande e o desconforto pode ser tanto que a mulher torce para nascer logo... e depois gostaria de ter ficado mais tempo com a barriga). O sentimento ambivalente e a tristeza tem duração de poucas semanas no máximo, e vai se debelando conforme a mulher sente mais confiança na sua capacidade de maternar o bebê, e as dores dos cortes sofridos durante o parto diminuem, assim como o uso de drogas para controlar as infecções e as dores. Quando a vida volta ao controle a tristeza passa.
MUITAS MULHERES PENSAM QUE TIVERAM DEPRESSÃO PÓS-PARTO, QUANDO NA VERDADE TIVERAM TRISTEZA PÓS-PARTO (CONHECIDA COMO BABY BLUES).
A depressão pós parto é um quadro mais grave, requer mais cuidados, e é mais raro. A mulher pode, inclusive, descuidar do bebê, ou mesmo maltratá-lo. No caso de diagnóstico de depressão pós-parto é desaconselhável que ela permaneça longos períodos a sós com o bebê, e o tratamento requer terapia, exames e medicamentos. A tentativa de tratar a depressão somente com terapia, ou somente com medicamentos que pretendem, por exemplo, re-estabelecer o funcionamento normal da tireóide, demonstram que a divisão didática da pessoa em mente e corpo está sendo tomada como se fosse real.
AS CAUSAS DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO SÃO O SENTIMENTO DE PERDA DE CONTROLE E A DISFUNÇÃO HORMONAL: COMO PREVENIR?
Procurando informações sobre o parto, os cuidados com o bebê nos primeiros dias, a amamentação, de forma que desde as primeiras horas após o parto a mulher tenha condições de cuidar de si mesma e do seu bebê. Veja: ninguém está dizendo que ela vai ter que cuidar de tudo sózinha, mas que é será melhor se ela estiver confiante na sua própria capacidade.
Quanto tempo dura um trabalho de parto? Você vai querer cesárea com hora marcada ou parto natural? Quais são os riscos de cada um? Aliás, eles existem? Procure saber! Procure um curso para gestantes, de preferência que não seja oferecido por médicos com mais de 25% de índice de cesáreas. (O recomendado pela OMS é de máximo 15% de cesáreas, mas se você procurar médicos assim vai descobrir que só existem uns 15 no Brasil, e provavelmente nenhum na sua cidade!). Responda à pergunta: como você gostaria que fosse o seu parto? Só leia o que vem a seguir depois de ter pensado sobre isso.
PAUSA
Se você respondeu que pode ser de qualquer jeito contanto que você e seu bebê estejam vivos e bem... saiba que é a mesma coisa que responder que na sua lua-de-mel ideal... se você não apanhar estará tudo bem! É mesmo? Pense um pouco mais... procure saber suas opções. Você vai querer ir para uma maternidade? Então vá conhecer as maternidades da sua região. Vai querer anestesia? A maternidade deixa você escolher o profissional ou você tem que ser atendida pelo plantonista? Quais são os horários de visita? O pai vai poder ficar junto durante o parto? Procure saber tudo!
E depois do parto? Nos primeiros dias de vida do bebê as famílias geralmente recebem visitas de pessoas que estarão prontas a ajudar... e a dar suas opiniões sobre a melhor forma de cuidar de um bebê. Serão formas muito variadas, e provavelmente ninguém vai dizer que você está fazendo exatamente como ela faria. É preciso estar preparada para isso: vão querer que você dê chá na chuquinha para ajudar a secar o umbigo, que você dê água porque está muito calor, ou que você não dê água nem chá porque o aleitamento deve ser exclusivo; que você deixe o bebê chorar alguns minutos antes de pegá-lo no berço, e que não fique com ele no colo para não deixar mal acostumado, ou que fique com ele no colo quanto tempo desejar porque é importante que ele se sinta acolhido; que você dê mais leite, ou menos leite, que você dê mais banhos, ou menos banhos, que você coloque mais roupa, ou menos roupa... Já está ficando deprimida? Pois procure informações e saiba o que vai querer fazer antes que aconteça.
Quanto aos hormônios, vamos falar um pouco mais: as intervenções rotineiras durante o trabalho de parto influenciam na liberação deles: se você for ter cesárea com hora marcada seu corpo não terá liberado os hormônios do nascimento, nem da amamentação. Se seu parto for induzido ou acelerado, os hormônios circulando no seu corpo serão sintéticos. A mesma coisa vai acontecer se você tomar uma injeção para estimular a produção de leite, e outra para estimular a contração do útero. Então... o descontrole hormonal pode não ser uma conseqüência do seu despreparo em lidar com a realidade, diferente daquela que você tinha planejado. Seus sintomas depressivos não são exatamente porque seu bebê não é lindo como um bebê de propaganda de seguro saúde... E então, pode ser necessário tomar um remédio para regularizar a produção hormonal.
Nós não somos emoções ou hormônios. Somos tudo junto.
E sim, a prevenção é possível e tem nome: informação.
Vânia Cristina Rondon Bezerra
Quais são as causas da DPP? Disfunções hormonais são as mais conhecidas. Sentimento de descontrole do processo do parto e no cuidado com o bebê nos primeiros dias são as menos comentadas. E partindo-se do princípio de que a divisão entre mente e corpo é meramente didática, não existindo na realidade, chega-se à conclusão de que estamos falando da mesma coisa. (As pesquisas versam sobre uma coisa ou outra, e nós, leitores, é que devemos ter a visão totalizadora) .
Em primeiro lugar é preciso saber diferenciar DPP do fenômeno conhecido como “baby blues”: Este é uma espécie de saudade da barriga, saudade de estar grávida, que pode acometer de 50 a 80% das mães de primeira viagem. Caracteriza- se por uma tristeza que parece sem motivo, uma vontade de chorar junto com o bebê, às vezes descrita como uma sensação de "paraíso perdido", pois quando o bebê ainda estava dentro da barriga estava tudo bem. (? nas últimas semanas de gestação a barriga fica muito grande e o desconforto pode ser tanto que a mulher torce para nascer logo... e depois gostaria de ter ficado mais tempo com a barriga). O sentimento ambivalente e a tristeza tem duração de poucas semanas no máximo, e vai se debelando conforme a mulher sente mais confiança na sua capacidade de maternar o bebê, e as dores dos cortes sofridos durante o parto diminuem, assim como o uso de drogas para controlar as infecções e as dores. Quando a vida volta ao controle a tristeza passa.
MUITAS MULHERES PENSAM QUE TIVERAM DEPRESSÃO PÓS-PARTO, QUANDO NA VERDADE TIVERAM TRISTEZA PÓS-PARTO (CONHECIDA COMO BABY BLUES).
A depressão pós parto é um quadro mais grave, requer mais cuidados, e é mais raro. A mulher pode, inclusive, descuidar do bebê, ou mesmo maltratá-lo. No caso de diagnóstico de depressão pós-parto é desaconselhável que ela permaneça longos períodos a sós com o bebê, e o tratamento requer terapia, exames e medicamentos. A tentativa de tratar a depressão somente com terapia, ou somente com medicamentos que pretendem, por exemplo, re-estabelecer o funcionamento normal da tireóide, demonstram que a divisão didática da pessoa em mente e corpo está sendo tomada como se fosse real.
AS CAUSAS DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO SÃO O SENTIMENTO DE PERDA DE CONTROLE E A DISFUNÇÃO HORMONAL: COMO PREVENIR?
Procurando informações sobre o parto, os cuidados com o bebê nos primeiros dias, a amamentação, de forma que desde as primeiras horas após o parto a mulher tenha condições de cuidar de si mesma e do seu bebê. Veja: ninguém está dizendo que ela vai ter que cuidar de tudo sózinha, mas que é será melhor se ela estiver confiante na sua própria capacidade.
Quanto tempo dura um trabalho de parto? Você vai querer cesárea com hora marcada ou parto natural? Quais são os riscos de cada um? Aliás, eles existem? Procure saber! Procure um curso para gestantes, de preferência que não seja oferecido por médicos com mais de 25% de índice de cesáreas. (O recomendado pela OMS é de máximo 15% de cesáreas, mas se você procurar médicos assim vai descobrir que só existem uns 15 no Brasil, e provavelmente nenhum na sua cidade!). Responda à pergunta: como você gostaria que fosse o seu parto? Só leia o que vem a seguir depois de ter pensado sobre isso.
PAUSA
Se você respondeu que pode ser de qualquer jeito contanto que você e seu bebê estejam vivos e bem... saiba que é a mesma coisa que responder que na sua lua-de-mel ideal... se você não apanhar estará tudo bem! É mesmo? Pense um pouco mais... procure saber suas opções. Você vai querer ir para uma maternidade? Então vá conhecer as maternidades da sua região. Vai querer anestesia? A maternidade deixa você escolher o profissional ou você tem que ser atendida pelo plantonista? Quais são os horários de visita? O pai vai poder ficar junto durante o parto? Procure saber tudo!
E depois do parto? Nos primeiros dias de vida do bebê as famílias geralmente recebem visitas de pessoas que estarão prontas a ajudar... e a dar suas opiniões sobre a melhor forma de cuidar de um bebê. Serão formas muito variadas, e provavelmente ninguém vai dizer que você está fazendo exatamente como ela faria. É preciso estar preparada para isso: vão querer que você dê chá na chuquinha para ajudar a secar o umbigo, que você dê água porque está muito calor, ou que você não dê água nem chá porque o aleitamento deve ser exclusivo; que você deixe o bebê chorar alguns minutos antes de pegá-lo no berço, e que não fique com ele no colo para não deixar mal acostumado, ou que fique com ele no colo quanto tempo desejar porque é importante que ele se sinta acolhido; que você dê mais leite, ou menos leite, que você dê mais banhos, ou menos banhos, que você coloque mais roupa, ou menos roupa... Já está ficando deprimida? Pois procure informações e saiba o que vai querer fazer antes que aconteça.
Quanto aos hormônios, vamos falar um pouco mais: as intervenções rotineiras durante o trabalho de parto influenciam na liberação deles: se você for ter cesárea com hora marcada seu corpo não terá liberado os hormônios do nascimento, nem da amamentação. Se seu parto for induzido ou acelerado, os hormônios circulando no seu corpo serão sintéticos. A mesma coisa vai acontecer se você tomar uma injeção para estimular a produção de leite, e outra para estimular a contração do útero. Então... o descontrole hormonal pode não ser uma conseqüência do seu despreparo em lidar com a realidade, diferente daquela que você tinha planejado. Seus sintomas depressivos não são exatamente porque seu bebê não é lindo como um bebê de propaganda de seguro saúde... E então, pode ser necessário tomar um remédio para regularizar a produção hormonal.
Nós não somos emoções ou hormônios. Somos tudo junto.
E sim, a prevenção é possível e tem nome: informação.
Vânia Cristina Rondon Bezerra
quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
terça-feira, 21 de julho de 2009
Manchete de capa do jornal Folha de São Paulo - 20/07
São Paulo, segunda-feira, 20 de julho de 2009
Taxa de cesarianas cresce na rede privada de saúde
Aumento contraria iniciativas do governo para diminuir índice de
cirurgias
No ano passado, 84,5% dos partos cobertos por planos de saúde foram
cesarianos; em 2004, a taxa era de 79%, e no SUS a taxa é de 31%
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar das iniciativas do governo federal para diminuir a taxa de
cesarianas na rede privada, a ANS (Agência Nacional de Saúde
Suplementar) registrou aumento de 2004 a 2008.
No ano passado, 84,5% dos partos cobertos por planos de saúde foram
cesarianos. Em 2004, a taxa era de 79%. No SUS, essa proporção é de
31%. A Organização Mundial da Saúde recomenda máximo de 15%.
Além de ser um procedimento mais caro e que demanda maior tempo de
recuperação, a cesárea acarreta mais riscos para a mãe e para o
bebê.
Neste período de aumento na já alta proporção em planos de saúde,
a ANS fez campanhas a favor do parto normal e passou a usar a taxa de
cesarianas como um dos critérios de avaliação das operadoras.
A agência também incluiu no rol de procedimentos cobertos pelos
planos a presença de uma enfermeira e de um acompanhante durante o
parto, fatores associados a um aumento dos partos normais.
Mas as ações ainda não surtiram efeito, e o país, em vez de se
aproximar da meta de reduzir cesarianas, teve aumento.
Para Martha Oliveira, gerente da ANS, a taxa de cesarianas ainda não
cai porque há vários fatores que influenciam a preferência de
médicos, e até de gestantes, por essa prática.
"Os patamares ainda estão muito altos. É preciso mudar a cultura
médica, a estrutura dos hospitais e até mesmo a formação dos
profissionais para trabalharem com parto normal."
Ela diz, no entanto, que há sinais positivos: "Há maior
mobilização de mulheres e o CFM (Conselho Federal de Medicina)
montou uma comissão para tratar da questão".
José Maia Vinagre, coordenador da comissão de parto normal do CFM,
reconhece que o percentual de cesarianas no Brasil foge do padrão.
Ele diz, no entanto, que não se pode colocar toda a culpa no médico.
Em sua avaliação, é comum as gestantes preferirem a cirurgia, por
acharem que o parto normal é mais doloroso.
O ginecologista Thomaz Gollop, professor da USP, diz que as
cesarianas aumentam não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos
e na Europa, porque a cirurgia é cada vez mais simples e muitas
mulheres optam por ela.
Os especialistas citam como motivo para o percentual ser tão mais
alto na rede privada no Brasil o fato de que o parto costuma ser
feito por um médico particular, que acompanha a mulher por toda a
gestação.
No SUS, e em outros países com taxas menores, é mais comum o parto
ser feito por um plantonista. Como o parto normal tende a demorar
mais, o médico particular, muitas vezes, opta pela cesariana porque,
assim, não precisa desmarcar um dia inteiro de atendimento em seu
consultório.
Por essa razão, Maia Vinagre diz que a comissão de parto normal
sugeriu mudanças como o aumento da remuneração de médicos por
parto normal e a criação de serviços de referência em hospitais
privados. Esses serviços fariam o primeiro atendimento a gestantes em
início de trabalho de parto.
Maia Vinagre aponta ainda a formação médica como um dos entraves
para reduzir cesarianas. "Normalmente, as maternidades onde os alunos
aprendem são de alto risco, com maioria de partos cesarianos."
Gollop discorda neste ponto: "Nas faculdades brasileiras, também
ensina-se o parto normal como a melhor via. O problema é a
dissociação entre o que é ensinado e o que se pratica depois no
setor privado."
Para ter parto normal, grávida troca de médico
DA SUCURSAL DO RIO
Quando engravidou pela primeira vez, Renata Rose, 35, que está
grávida novamente, trocou de médico para garantir que sua opção
pelo parto normal seria respeitada. "Era meu ginecologista há dez
anos, mas, quando fomos conversar sobre o parto, ele começou falando
que o melhor era planejar o nascimento antes de 36 semanas, pois uma
outra paciente que preferiu esperar perdeu o bebê. Achei aquilo um
terror desnecessário" , conta.
No caso de Paula Vargas, 28, o médico foi mais direto. "Ele me disse
que não fazia parto normal porque o plano de saúde pagava apenas R$
500 pelo procedimento. "
Maria de Lourdes Teixeira, professora de ioga de Paula e Renata e que
há 31 anos trabalha com gestantes, diz que as grávidas estão mais
conscientes de seus direitos.
"Tenho conversado muito com as gestantes para não se colocarem numa
posição de pacientes. Elas são clientes e têm direitos", diz.
Olivia Tolentino, 29, cujo filho nasceu no ano passado nos EUA, faz
um relato diferente. Ela diz que a médica estranhou sua pergunta
sobre o melhor tipo de parto.
"Ela me disse que a cesariana não era uma opção, mas uma
indicação médica, e me alertou que o plano não pagaria o parto se
eu fizesse cesariana apenas por vontade própria."
Olivia diz que várias amigas ficaram grávidas ao mesmo tempo no
Brasil. "Me surpreendeu que, no Brasil, todas diziam preferir parto
normal, mas, por algum motivo, fizeram cesáreas."
Pesquisa da Fiocruz com 430 mulheres atendidas em hospitais
particulares do Rio mostra que, no início da gestação, mais de 70%
diziam preferir parto normal, mas apenas 10% conseguiram.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
domingo, 19 de julho de 2009
Grávida que larga fumo tem risco igual ao de não fumante, diz estudo
Mulheres que param de fumar antes da 15ª semana de gestação apresentam o mesmo risco de ter um parto prematuro e de dar à luz um bebê pequeno do que as não fumantes, concluiu um estudo publicado no "British Medical Journal".
Os autores avaliaram mais de 2.500 gestantes na 15ª semana de gestação. Elas foram divididas em três grupos: não fumantes, fumantes e aquelas que abandonaram o cigarro durante a gestação. Todas as mulheres do grupo que parou de fumar o fizeram antes de chegar à 15ª semana.
Os resultados mostraram que a taxa de parto prematuro entre as gestantes que pararam de fumar e as não fumantes foi a mesma (4%), enquanto as fumantes apresentaram um risco maior, de 10%. Um resultado similar foi encontrado em relação ao tamanho do bebê: 17% das fumantes e 10% das não fumantes e das que largaram o vício tiveram uma criança com baixo peso ao nascer.
Para o pneumologista Jonatas Reichert, membro da comissão de tabagismo da Associação Médica Brasileira, trata-se de uma pesquisa importante, mas é necessário que outros estudos confirmem a descoberta. "Esse trabalho vem contra a ideia que já tínhamos, de que uma circulação sanguínea reduzida [em consequência do tabagismo] durante a formação do feto tem como resultado uma criança de baixo peso, menor do que as outras."
Reichert diz que o resultado não pode ser um pretexto para a mulher continuar fumando.
"Mas, por outro lado, alivia a preocupação das mães que não conseguem parar de fumar no início da gestação", afirma.
Na opinião do pneumologista Ricardo Henrique Meirelles, do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Inca (Instituto Nacional de Câncer), a pesquisa corrobora o que já se conhecia sobre os efeitos do tabagismo na gravidez. "Não se sabia quanto tempo a gestante poderia fumar de forma a correr menos riscos, por isso sempre defendemos que, quanto mais cedo, melhor", diz. Para ele, o ideal é cessar o fumo imediatamente após a descoberta da gravidez. "Não precisa esperar até a 15ª semana."
Na pesquisa, as fumantes se encaixaram com mais frequência no perfil de mães solteiras, desempregadas, com menor grau de instrução e peso acima ou abaixo do normal.
Vários estudos já provaram os efeitos prejudiciais do cigarro na gestação, como maior risco de aborto, parto prematuro, bebê pequeno, morte súbita do recém-nascido, bebê natimorto e prejuízo no desenvolvimento da criança.
Fonte: Folha Online
O Parto e a Montanha Russa
"Tem gente que acha loucura sentir dor para parir.
Muitas coisas na vida são mais loucas e as pessoas fazem. E sem que haja bem estar algum em jogo.
Pense no seu parto como se fosse um passeio de montanha russa. Essa foi a melhor metafora que encontrei!
Imagine a sua gestação como uma daquelas filas enormes em dia de excursão de escola no Hopi Hari. No verão. Você ali esperando aquela fila se deslocado devagar... muito devagar. Você cansada, os pés doendo. Você vê gente com medo, apreensiva. Gente empolgada que descreve como vai ser para quem nunca andou. E você ali. Sem saber o que esperar. Você também escuta alguns: você é louca! Andar nisso aí??? Nunca!!!
Você não viu aquela montanha russa lá em Ximbiquinha do Sudoeste que quebrou e matou todo mundo? E o pior foram os que ficaram mutilados pro resto da vida!
Você faz ouvido mouco e continua ali. Avançando devagarinho. Não tem pra onde ir, é tarde pra pular fora, as grades que separam a fila são altas, só dá pra seguir em frente.
Aí você vê quem está saindo, gente meio tonta, com uma expressão que você não entende, cambaleando, passando mal. E você pensa: onde é que eu fui me meter?
Quando você está chegando perto o cansaço está maior, você tem que ficar encostada quase o tempo todo. Ai, não chega nunca. Pra melhorar no finalzinho ainda tem uma baita escada pra subir na plataforma de embarque. Bem que podia ter uma escadazinha rolante aqui...
Você chega na ultima parte da fila. De repente parece que toda aquela morosidade foi embora. A fila anda muito mais rápido agora. Ou será que você é quem acha isso porque a hora de embarcar está se aproximando?
Subir as escadas exige um esforço extra. Parece que seu peso aumentou uns quinze quilos. Você não sabe se é o calor, o tempo de pé, ou se foi aquele combo gigante de hamburguer fritas e balde de refrigerante que estão pesando.
Mas você sobe, um degrau de cada vez. E o topo vai se aproximando.
É quando você avista: tem uma saída de emergência lá em cima. Saída estratégica pela esquerda. Acho que é nessa que eu vou! Mas aí você pensa. Já vim até aqui... e se for tudo o que dizem mesmo? Como é que eu vou saber?
Que o destino decida então: vou jogar uma moeda. Se der cara eu vou. Cara! Melhor de
três então. Cara de novo. Ai, ai...
Continua avançando. Ah, se aquela mocinha desmilinguida embarcar, eu vou também. Se ela consegue eu também. Ela embarca.
Ok, acho que vou. a não ser é claro que chova. Se não for totalmente seguro não vou. E eu acho que estou vendo uma nuvenzinha lá longe. Se o carrinho que vier for vermelho também não! Vermelho me dá um azar! E eu não vou arriscar.
Sua vez está chegando, você já vai chegar na plataforma. Uma moça amarela bem na sua frente, sai correndo pela saída de emergência. Você se estica e consegue enxergá-la lá embaixo, na saída da lojinha... tem alguma coisa na mão, mas o olhar parece meio distante.
Eu vou! Não quero ficar imaginando como teria sido.
Chega a sua vez. O coração sobe na boca. O fôlego fica suspenso alguns instantes.
Mas você respira fundo e sobe no carrinho. E pensa: ainda bem que não era um vermelho!
A viagem começa devagarinho. Tec tec tec. O carrinho vai subindo devagar. Tranquilo. Não é tudo aquilo! Que povo medroso! Dá até pra tirar a mão. Ainda bem que não desisti!
A brisa no rosto. A paisagem tão linda. Ainda bem que fui forte!
Sobe, sobe, sobe. Puxa, mas que alto... dá uma vertigem de leve...
De repente você se vê no final da subida. C******, que altura, ai, eu vou morrer. Me deixa descer, me deixa sair daqui. F***** da P*** daquela professora que yoga que disse que eu não ia me arrepender. Se estivesse aqui agora, eu matava!!!
Será que aquela doula ia fazer muita diferença segurando aqui a minha mão??? Bando de louca... ah, eu mato se eu sair viva daqui!
E a minha prima, aquela V*** que me convenceu a vir. Vai ser legal, você vai ver, você vai querer ir de novo. Ai, eu mato, eu mato. Cadê ela? Porque não está aqui? Duvido que quando ela andou foi nessa tão alta, aposto que foi na menor!!!
E vem a descida. O looping, uma subidinha, curva, mais curva, outra curva. Você já não está vendo nada direito, está meio tonta, parece meio fora de si. Tem mais gente gritando, ou será que é você mesma? Está doendo tudo, esse bate bate no carrinho vai doer ainda mais amanhã. Vai parecer que fui atropelada.. . Você nem sabe mais se está de ponta cabeça. Dá medo de olhar. Você espia, fecha o olho de novo. Nào quero nem ver. Não vou olhar. Se eu olhar é pior!
Vai chegando no final. O carrinho desacelera. Você está meio abobada, Grogue. Alguem ajuda a descer. Você nem vê quem é. Podia ser o Brad Pitt e você não ia nem notar. Seu cabelo está parecendo uma piaçava depois da faxina, mas você esqueceu de prendê-lo. E agora nem lembra mais que tem cabelo. Mas tem alguma coisa diferente. Algo a mais em você. Vim, vi e venci. Sou praticamente um Julio Cesar!
Suas pernas cambaleiam um pouco, mas você anda. A brisa bate e aos poucos você se recobra. Levanta a cabeça e sorri.
Era só isso? Porque tive tanto medo?
Vou pra fila de novo!
Quem já andou de montanha russa sabe do que estou falando. Quem passou por um trabalho de parto também.
E você, já andou de montanha russa?"
Katia Barga
Direitos da Gestante
O Direito ao Pré-Natal
Se você desconfia que está grávida, procure a unidade de saúde mais próxima para confirmar a gravidez e iniciar o seu acompanhamento de saúde.
O pré-natal pode lhe assegurar uma gestação saudável e um parto seguro.
*
Você tem direito a fazer pelo menos seis consultas durante toda a gravidez;
*
Caso deseje ou precise, você pode solicitar ao serviço de saúde a presença de uma pessoa de sua confiança nas consultas do pré-natal.
ATENÇÃO!
Você tem direito ao CARTÃO DA GESTANTE
Esse cartão deve conter todas as anotações sobre seu estado de saúde, sobre o desenvolvimento de sua gestação e os resultados dos exames que você fez. Leve esse cartão a todas as consultas e verifique se ele está sendo preenchido. Não esqueça de apresentá-lo aos profissionais de saúde na hora do parto.
FIQUE DE OLHO
Em todas as consultas de pré-natal, a equipe de saúde deverá medir sua pressão arterial, verificar seu peso, medir sua barriga e escutar o coração do bebê.
EXAMES DO PRÉ-NATAL
Fique atenta e veja o que é considerado o mínimo de exames a serem feitos:
1.
Exames de Sangue: para descobrir diabetes, sífilis e anemia e classificar o seu tipo de sangue.
2.
Exames de Urina: podem descobrir infecções e presença de proteína na urina.
3.
Preventivo de Câncer de Colo do Útero (Papanicolau): esse exame informa sobre a existência de problemas que podem levar ao câncer de colo do útero, permitindo o tratamento imediato. Este exame deve ser realizado a cada três anos. Caso você não tenha feito neste período, deve fazer no pré-natal.
Teste anti-HIV (para identificar o vírus da AIDS): Caso você queira, você pode fazer esse exame durante o pré-natal. Ele é uma proteção para a mulher e para a criança. Uma mulher portadora do HIV pode começar o tratamento durante a gravidez, evitando que o vírus passe para o bebê durante a gestação e o parto.
Nos SERVIÇOS DE SAÚDE você tem direito a:
*
Ser atendida com respeito e dignidade pela equipe de saúde, sem discriminação de cor, raça, orientação sexual, religião, idade ou condição social;
*
Aguardar o atendimento em lugar arejado e limpo, tendo à sua disposição água potável e sanitário limpo;
*
Um serviço de saúde de qualidade deve atender a gestante chamando-a pelo seu próprio nome, criar alternativas para evitar longas esperas e procurar lhe dar prioridade nas filas. ISTO TAMBÉM É QUALIDADE DE ATENÇÃO À SAÚDE. ISTO TAMBÉM É RECONHECER OS DIREITOS DE CIDADANIA.
Lembre-se: Você paga impostos quando compra ou vende qualquer produto ou serviço. O dinheiro do seu imposto é utilizado nos serviços públicos. Por isto, você tem direito a atendimento gratuito e de boa qualidade nos hospitais públicos e nos hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Seus Direitos no Parto
Você sabia que o parto normal é o mais seguro para a grande maioria das mulheres?
FIQUE ATENTA:
O parto é considerado uma urgência e o seu atendimento não pode ser recusado em nenhum hospital, maternidade ou casa de parto. Se a unidade de saúde não puder atendê-la naquele momento, os profissionais de saúde devem examinar você antes de encaminhá-la para outro local. Você só poderá ser transferida se houver tempo suficiente para isso e depois de terem sido confirmadas a existência de vaga e a garantia de atendimento no outro estabelecimento de saúde.
Durante a INTERNAÇÃO e NO TRABALHO DE PARTO, você também tem direitos:
*
De ser escutada em suas queixas e reclamações e ter as suas dúvidas esclarecidas;
*
De expressar os seus sentimentos e suas reações livremente. Não se envergonhe nem se intimide se você tiver vontade de chorar, gritar ou rir. Essas são reações normais, que podem ocorrer durante o trabalho de parto com todas as mulheres. Nenhum profissional de saúde pode recriminar você por isso;
*
As roupas utilizadas durante o trabalho de parto devem ser confortáveis e estar de acordo com o seu tamanho. Devem ser de tecidos e modelos que não exponham o seu corpo, causando-lhe constrangimento;
*
Caso você queira contar com a presença de acompanhante no momento do parto, como o pai da criança, parente ou pessoa amiga, solicite isto ao serviço que está atendendo você. De preferência, acerte isso antes do parto.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA O SEU BEM-ESTAR:
*
Nem sempre é necessária a realização da lavagem intestinal e da raspagem de pêlos antes do parto. Converse sobre isso com quem está atendendo você;
*
Muitas vezes, durante o trabalho de parto, você poderá receber alimentos líquidos (sucos, sopas, caldos). A equipe de saúde lhe dirá se você precisa ficar em jejum em situações especiais;
*
O soro com medicamentos para apressar o parto só deve ser utilizado em situações especiais. Se este for o seu caso, solicite à equipe de saúde que lhe explique as razões de uso do soro.
Você tem o direito de ter um parto normal e de ser atendida por uma equipe preparada e atenciosa. Na grande maioria dos casos, o parto normal é a maneira mais segura e saudável de ter filhos e deve ser estimulado por uma assistência humanizada, gentil, segura e de boa qualidade, para você e seus acompanhantes.
PARTO SEM DOR
Cada mulher e cada parto são diferentes. A dor no parto costuma ser uma dor forte, mas muitas mulheres acham que é uma dor suportável e preferem não ter anestesia. Se você sentir necessidade, peça anestesia mesmo no caso de um parto normal, inclusive nos hospitais públicos ou conveniados ao SUS.
DICAS PARA ALIVIAR A DOR:
*
Estar na companhia de quem você gosta e confia;
*
Banhos de água morna: podem ser de chuveiro, com a água caindo em cima da barriga e das costas;
*
Caminhar durante o trabalho de parto pode facilitar a descida do bebê. Faça isto se for confortável para você.
QUANDO O BEBÊ ESTÁ NASCENDO:
*
Às vezes o médico faz um corte na vagina, a chamada episiotomia, que pretende evitar o rompimento da pele, mas nem sempre ela é necessária.
SE VOCÊ PRECISA DE CESÁREA:
*
Em alguns casos, a cesárea pode ser necessária para proteger você e o bebê, mas você tem o direito de ser informada dos motivos para fazer esta cirurgia;
*
Se o seu primeiro parto foi cesariana, é possível que você possa ter agora um parto normal. Lembre-se: o parto normal, geralmente, é mais seguro para a mãe e para o bebê.
A cesárea é mais arriscada que o parto normal. Para a mulher, existe um risco maior de infecção e problemas com a anestesia. O bebê pode ter problemas respiratórios ou nascer antes do tempo certo. Por isso, ela só deve ser realizada quando for para o bem da sua saúde ou do bebê.
DEPOIS DO PARTO você tem direito a:
*
Ter a criança ao seu lado, em alojamento conjunto, e amamentar. Vocês só precisam ficar separados se algum dos dois tiver algum problema;
*
Receber orientações sobre a amamentação e suas vantagens, para você e para a criança;
*
No momento da alta você deve sair com orientações sobre quando e onde deverá fazer a consulta de pós-parto e do controle do bebê.
INFORMAÇÕES E ACONSELHAMENTO
*
Durante as consultas de pré-natal a equipe de saúde deve dar orientações sobre gravidez, parto, pós-parto e cuidados com o bebê. Você também poderá obter informações sobre sexualidade, nutrição e cuidados com a saúde no período da gestação e preparação para amamentação;
*
Cada vez que a equipe indicar para você um exame, tratamento ou cirurgia, ou quando lhe derem algum remédio, você tem o direito de ser informada sobre os motivos dessa conduta, com palavras simples, para que você possa entender o que foi explicado;
*
Quando você tiver algum problema de saúde que possa ser tratado de mais de uma maneira, você tem o direito de ser informada sobre as diferentes opções de tratamento;
*
Aproveite as consultas de pré-natal para esclarecer todas as suas dúvidas sobre gravidez, parto e pós-parto. Informe-se também sobre doenças sexualmente transmissíveis, AIDS e métodos para evitar gravidez. Lembre-se: quanto mais você souber sobre seu corpo, sua sexualidade, sobre formas de preservar sua saúde, melhor para você;
*
Em algumas cidades, além das maternidades tradicionais existem outros locais de atendimento ao parto. Procure conhecer os recursos disponíveis na sua comunidade para fazer a melhor escolha para você e seu bebê. Isto também é ser feliz!
O que fazer caso você não seja bem atendida em qualquer momento da sua gravidez ou parto:
Você pode procurar a gerência do serviço de saúde que atendeu você e informar sobre a sua insatisfação. Você tem o direito de ser atendida com respeito e dignidade. Todo cidadão deve contribuir para a melhoria do atendimento à saúde em nosso país.
O PAI TAMBÉM TEM DIREITOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
*
A participar do pré-natal. Isto pode ser muito importante para você, para ele e para o bebê;
*
A ter suas dúvidas esclarecidas sobre a gravidez, sobre o relacionamento com a mulher e sobre os cuidados com o bebê. Ele não é apenas o seu acompanhante, mas é também o pai da criança que vai nascer;
*
A ser informado sobre como a gravidez está evoluindo e sobre qualquer problema que possa aparecer;
*
Na época do parto, a ser reconhecido como PAI e não como "visita" nos serviços de saúde;
*
A ter acesso facilitado para acompanhar você e o bebê a qualquer hora do dia;
*
É importante que o pai vá com você na consulta pós-parto, para receber as informações e orientações sobre contracepção e prevenção de doenças transmitidas em relação sexual e AIDS. Paricipar é fundamental!
A participação do pai durante a gravidez, parto e pós-parto é um direito que deve ser exercido.
Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/area.cfm?id_area=152
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Doula???
A palavra "doula" vem do grego "mulher que serve". Nos dias de hoje, aplica-se às mulheres que dão suporte físico e emocional a outras mulheres antes, durante e após o parto.
Antigamente a parturiente era acompanhada durante todo o parto por mulheres mais experientes, suas mães, as irmãs mais velhas, vizinhas, geralmente mulheres que já tinham filhos e já haviam passado por aquilo. Depois do parto, durante as primeiras semanas de vida do bebê, estavam sempre na casa da mulher parida, cuidando dos afazeres domésticos, cozinhando, ajudando a cuidar das outras crianças.
Conforme o parto foi passando para a esfera médica e nossas famílias foram ficando cada vez menores, fomos perdendo o contato com as mulheres mais experientes. Dentro de hospitais e maternidades, a assistência passou para as mãos de uma equipe especializada: o médico obstetra, a enfermeira obstétrica, a auxiliar de enfermagem, o pediatra. Cada um com sua função bastante definida no cenário do parto.
O médico está ocupado com os aspectos técnicos do parto. As enfermeiras obstetras passam de leito em leito, se ocupando hora de uma, hora de outra mulher. As auxiliares de enfermeira cuidam para que nada falte ao médico e à enfermeira obstetra. O pediatra cuida do bebê. Apesar de toda a especialização, ficou uma lacuna: quem cuida especificamente do bem estar físico e emocional daquela mãe que está dando à luz? Essa lacuna pode e deve ser preenchida pela doula ou acompanhante do parto.
O ambiente impessoal dos hospitais, a presença de grande número de pessoas desconhecidas em um momento tão íntimo da mulher, tende a fazer aumentar o medo, a dor e a ansiedade. Essas horas são de imensa importância emocional e afetiva, e a doula se encarregará de suprir essa demanda por emoção e afeto, que não cabe a nenhum outro profissional dentro do ambiente hospitalar.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
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