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terça-feira, 21 de julho de 2009

Manchete de capa do jornal Folha de São Paulo - 20/07



São Paulo, segunda-feira, 20 de julho de 2009

Taxa de cesarianas cresce na rede privada de saúde
Aumento contraria iniciativas do governo para diminuir índice de
cirurgias

No ano passado, 84,5% dos partos cobertos por planos de saúde foram
cesarianos; em 2004, a taxa era de 79%, e no SUS a taxa é de 31%

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

Apesar das iniciativas do governo federal para diminuir a taxa de
cesarianas na rede privada, a ANS (Agência Nacional de Saúde
Suplementar) registrou aumento de 2004 a 2008.
No ano passado, 84,5% dos partos cobertos por planos de saúde foram
cesarianos. Em 2004, a taxa era de 79%. No SUS, essa proporção é de
31%. A Organização Mundial da Saúde recomenda máximo de 15%.
Além de ser um procedimento mais caro e que demanda maior tempo de
recuperação, a cesárea acarreta mais riscos para a mãe e para o
bebê.
Neste período de aumento na já alta proporção em planos de saúde,
a ANS fez campanhas a favor do parto normal e passou a usar a taxa de
cesarianas como um dos critérios de avaliação das operadoras.
A agência também incluiu no rol de procedimentos cobertos pelos
planos a presença de uma enfermeira e de um acompanhante durante o
parto, fatores associados a um aumento dos partos normais.
Mas as ações ainda não surtiram efeito, e o país, em vez de se
aproximar da meta de reduzir cesarianas, teve aumento.
Para Martha Oliveira, gerente da ANS, a taxa de cesarianas ainda não
cai porque há vários fatores que influenciam a preferência de
médicos, e até de gestantes, por essa prática.
"Os patamares ainda estão muito altos. É preciso mudar a cultura
médica, a estrutura dos hospitais e até mesmo a formação dos
profissionais para trabalharem com parto normal."
Ela diz, no entanto, que há sinais positivos: "Há maior
mobilização de mulheres e o CFM (Conselho Federal de Medicina)
montou uma comissão para tratar da questão".
José Maia Vinagre, coordenador da comissão de parto normal do CFM,
reconhece que o percentual de cesarianas no Brasil foge do padrão.
Ele diz, no entanto, que não se pode colocar toda a culpa no médico.
Em sua avaliação, é comum as gestantes preferirem a cirurgia, por
acharem que o parto normal é mais doloroso.
O ginecologista Thomaz Gollop, professor da USP, diz que as
cesarianas aumentam não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos
e na Europa, porque a cirurgia é cada vez mais simples e muitas
mulheres optam por ela.
Os especialistas citam como motivo para o percentual ser tão mais
alto na rede privada no Brasil o fato de que o parto costuma ser
feito por um médico particular, que acompanha a mulher por toda a
gestação.
No SUS, e em outros países com taxas menores, é mais comum o parto
ser feito por um plantonista. Como o parto normal tende a demorar
mais, o médico particular, muitas vezes, opta pela cesariana porque,
assim, não precisa desmarcar um dia inteiro de atendimento em seu
consultório.
Por essa razão, Maia Vinagre diz que a comissão de parto normal
sugeriu mudanças como o aumento da remuneração de médicos por
parto normal e a criação de serviços de referência em hospitais
privados. Esses serviços fariam o primeiro atendimento a gestantes em
início de trabalho de parto.
Maia Vinagre aponta ainda a formação médica como um dos entraves
para reduzir cesarianas. "Normalmente, as maternidades onde os alunos
aprendem são de alto risco, com maioria de partos cesarianos."
Gollop discorda neste ponto: "Nas faculdades brasileiras, também
ensina-se o parto normal como a melhor via. O problema é a
dissociação entre o que é ensinado e o que se pratica depois no
setor privado."

Para ter parto normal, grávida troca de médico
DA SUCURSAL DO RIO

Quando engravidou pela primeira vez, Renata Rose, 35, que está
grávida novamente, trocou de médico para garantir que sua opção
pelo parto normal seria respeitada. "Era meu ginecologista há dez
anos, mas, quando fomos conversar sobre o parto, ele começou falando
que o melhor era planejar o nascimento antes de 36 semanas, pois uma
outra paciente que preferiu esperar perdeu o bebê. Achei aquilo um
terror desnecessário" , conta.
No caso de Paula Vargas, 28, o médico foi mais direto. "Ele me disse
que não fazia parto normal porque o plano de saúde pagava apenas R$
500 pelo procedimento. "
Maria de Lourdes Teixeira, professora de ioga de Paula e Renata e que
há 31 anos trabalha com gestantes, diz que as grávidas estão mais
conscientes de seus direitos.
"Tenho conversado muito com as gestantes para não se colocarem numa
posição de pacientes. Elas são clientes e têm direitos", diz.
Olivia Tolentino, 29, cujo filho nasceu no ano passado nos EUA, faz
um relato diferente. Ela diz que a médica estranhou sua pergunta
sobre o melhor tipo de parto.
"Ela me disse que a cesariana não era uma opção, mas uma
indicação médica, e me alertou que o plano não pagaria o parto se
eu fizesse cesariana apenas por vontade própria."
Olivia diz que várias amigas ficaram grávidas ao mesmo tempo no
Brasil. "Me surpreendeu que, no Brasil, todas diziam preferir parto
normal, mas, por algum motivo, fizeram cesáreas."
Pesquisa da Fiocruz com 430 mulheres atendidas em hospitais
particulares do Rio mostra que, no início da gestação, mais de 70%
diziam preferir parto normal, mas apenas 10% conseguiram.

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