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O Grupo de Apoio ao Parto Natural em São Carlos realiza reuniões quinzenais, às segundas-feiras, 19h30, no Espaço Pradoulas - Rua Jesuíno de Arruda, 1228 Jardim São Carlos.

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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Depressão pós-parto: a prevenção é possível?

A depressão pós-parto é um problema de saúde pública mundial, com conseqüências sérias para a saúde da mulher e do bebê. O prejuízo causado ao estabelecimento do vínculo entre os dois pode durar a vida toda. Assim, sendo possível prevenir algumas causas da doença, a vantagem será grande.

Quais são as causas da DPP? Disfunções hormonais são as mais conhecidas. Sentimento de descontrole do processo do parto e no cuidado com o bebê nos primeiros dias são as menos comentadas. E partindo-se do princípio de que a divisão entre mente e corpo é meramente didática, não existindo na realidade, chega-se à conclusão de que estamos falando da mesma coisa. (As pesquisas versam sobre uma coisa ou outra, e nós, leitores, é que devemos ter a visão totalizadora) .

Em primeiro lugar é preciso saber diferenciar DPP do fenômeno conhecido como “baby blues”: Este é uma espécie de saudade da barriga, saudade de estar grávida, que pode acometer de 50 a 80% das mães de primeira viagem. Caracteriza- se por uma tristeza que parece sem motivo, uma vontade de chorar junto com o bebê, às vezes descrita como uma sensação de "paraíso perdido", pois quando o bebê ainda estava dentro da barriga estava tudo bem. (? nas últimas semanas de gestação a barriga fica muito grande e o desconforto pode ser tanto que a mulher torce para nascer logo... e depois gostaria de ter ficado mais tempo com a barriga). O sentimento ambivalente e a tristeza tem duração de poucas semanas no máximo, e vai se debelando conforme a mulher sente mais confiança na sua capacidade de maternar o bebê, e as dores dos cortes sofridos durante o parto diminuem, assim como o uso de drogas para controlar as infecções e as dores. Quando a vida volta ao controle a tristeza passa.

MUITAS MULHERES PENSAM QUE TIVERAM DEPRESSÃO PÓS-PARTO, QUANDO NA VERDADE TIVERAM TRISTEZA PÓS-PARTO (CONHECIDA COMO BABY BLUES).

A depressão pós parto é um quadro mais grave, requer mais cuidados, e é mais raro. A mulher pode, inclusive, descuidar do bebê, ou mesmo maltratá-lo. No caso de diagnóstico de depressão pós-parto é desaconselhável que ela permaneça longos períodos a sós com o bebê, e o tratamento requer terapia, exames e medicamentos. A tentativa de tratar a depressão somente com terapia, ou somente com medicamentos que pretendem, por exemplo, re-estabelecer o funcionamento normal da tireóide, demonstram que a divisão didática da pessoa em mente e corpo está sendo tomada como se fosse real.

AS CAUSAS DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO SÃO O SENTIMENTO DE PERDA DE CONTROLE E A DISFUNÇÃO HORMONAL: COMO PREVENIR?

Procurando informações sobre o parto, os cuidados com o bebê nos primeiros dias, a amamentação, de forma que desde as primeiras horas após o parto a mulher tenha condições de cuidar de si mesma e do seu bebê. Veja: ninguém está dizendo que ela vai ter que cuidar de tudo sózinha, mas que é será melhor se ela estiver confiante na sua própria capacidade.

Quanto tempo dura um trabalho de parto? Você vai querer cesárea com hora marcada ou parto natural? Quais são os riscos de cada um? Aliás, eles existem? Procure saber! Procure um curso para gestantes, de preferência que não seja oferecido por médicos com mais de 25% de índice de cesáreas. (O recomendado pela OMS é de máximo 15% de cesáreas, mas se você procurar médicos assim vai descobrir que só existem uns 15 no Brasil, e provavelmente nenhum na sua cidade!). Responda à pergunta: como você gostaria que fosse o seu parto? Só leia o que vem a seguir depois de ter pensado sobre isso.

PAUSA

Se você respondeu que pode ser de qualquer jeito contanto que você e seu bebê estejam vivos e bem... saiba que é a mesma coisa que responder que na sua lua-de-mel ideal... se você não apanhar estará tudo bem! É mesmo? Pense um pouco mais... procure saber suas opções. Você vai querer ir para uma maternidade? Então vá conhecer as maternidades da sua região. Vai querer anestesia? A maternidade deixa você escolher o profissional ou você tem que ser atendida pelo plantonista? Quais são os horários de visita? O pai vai poder ficar junto durante o parto? Procure saber tudo!

E depois do parto? Nos primeiros dias de vida do bebê as famílias geralmente recebem visitas de pessoas que estarão prontas a ajudar... e a dar suas opiniões sobre a melhor forma de cuidar de um bebê. Serão formas muito variadas, e provavelmente ninguém vai dizer que você está fazendo exatamente como ela faria. É preciso estar preparada para isso: vão querer que você dê chá na chuquinha para ajudar a secar o umbigo, que você dê água porque está muito calor, ou que você não dê água nem chá porque o aleitamento deve ser exclusivo; que você deixe o bebê chorar alguns minutos antes de pegá-lo no berço, e que não fique com ele no colo para não deixar mal acostumado, ou que fique com ele no colo quanto tempo desejar porque é importante que ele se sinta acolhido; que você dê mais leite, ou menos leite, que você dê mais banhos, ou menos banhos, que você coloque mais roupa, ou menos roupa... Já está ficando deprimida? Pois procure informações e saiba o que vai querer fazer antes que aconteça.

Quanto aos hormônios, vamos falar um pouco mais: as intervenções rotineiras durante o trabalho de parto influenciam na liberação deles: se você for ter cesárea com hora marcada seu corpo não terá liberado os hormônios do nascimento, nem da amamentação. Se seu parto for induzido ou acelerado, os hormônios circulando no seu corpo serão sintéticos. A mesma coisa vai acontecer se você tomar uma injeção para estimular a produção de leite, e outra para estimular a contração do útero. Então... o descontrole hormonal pode não ser uma conseqüência do seu despreparo em lidar com a realidade, diferente daquela que você tinha planejado. Seus sintomas depressivos não são exatamente porque seu bebê não é lindo como um bebê de propaganda de seguro saúde... E então, pode ser necessário tomar um remédio para regularizar a produção hormonal.

Nós não somos emoções ou hormônios. Somos tudo junto.
E sim, a prevenção é possível e tem nome: informação.

Vânia Cristina Rondon Bezerra

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