GAPN São Carlos - SP

O Grupo de Apoio ao Parto Natural em São Carlos realiza reuniões quinzenais, às segundas-feiras, 19h30, no Espaço Pradoulas - Rua Jesuíno de Arruda, 1228 Jardim São Carlos.

Não precisa fazer inscrição. É só chegar e escolher o lugar. Acompanhantes são sempre bem vindos!

Venha tirar suas dúvidas sobre o melhor jeito de trazer seu bebê para o lado de cá da barriga!


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São Carlos, SP, Brazil
Psicólogas, doulas e mães, trabalhando pela humanização do parto. Vânia Bezerra- (16) 99794-3566/3413-7012 www.vaniadoula.blogspot.com vaniacrbezerra@yahoo.com.br Tatiana Nagliati - (16) 3372-7489 / 99172-1839 tatiananagliati@gmail.com

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Relato triste de um parto nada-humanizado



 Este é um relato muito importante para nos ajudar a perceber como tudo que procuramos de bom para o nosso parto e nosso bebê pode acabar se transformando em uma armadilha se os profissionais que nos atendem pararam de estudar há décadas. E isso infelizmente no nosso país é a regra e não a exceção
        Se Valéria tivesse sido bem atendida, como era seu direito ao procurar um hospital, o resultado provavelmente teria sido outro. Agora é fácil demais pegar só o final da história e dizer que se ela não tivesse insistido em ter um parto normal... de que insistência estão falando? Da insistência em não querer a comodidade de um nascimento com hora marcada, onde todos estão avisados menos o bebê? Porque essa foi realmente a única vontade dela, de que seu bebê viesse ao mundo na hora em que se sentisse preparado para isso. E aí pegar todos os erros cometidos pela equipe e jogar tudo num pacote só de que isso não teria acontecido se o nascimento tivesse sido com hora marcada é extremamente injusto e principalmente é extremamente desinformado! É o tipo de coisa que se escuta muito quando moramos no país onde mais se faz cesáreas desnecessárias.

Trabalho muito e rezo muito para que histórias como essa, de violência obstétrica e de atendimento desatualizado aconteçam cada vez menos. 

Leiam o relato e vejam como essa história tinha tudo para ter um final completamente diferente.

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 Tudo começou lá, na minha lua-de-mel. Quem diria que eu iria engravidar no primeiro dia da lua-de-mel. Meu nome é Valéria, tinha acabado de me casar e estava com 24 anos. Descobrir a gravidez não foi difícil. A minha menstruação atrasou e eu tive certeza que estava grávida. Nunca tinha atrasado antes, e eu tive certeza. Fiz um exame de farmácia, e lá estavam as duas tirinhas azuis. Fiz um ultrassom, transvaginal, e o bebê estava com 3mm, tão pequeno, meu Deus! Ele estava lá, e me fez feliz!
            Foi uma gravidez muito tranquila, não enjoei nenhuma vez, não passava mal, não sentia dores, estava feliz. Eu havia decidido pelo parto normal desde o início. Eu sabia que era o melhor para mim e principalmente para o bebê. Fiz todos os exames do pré-natal normal, tomei todos os remédios que o médico recomendou, vitaminas e tal, realmente estava tudo bem. Eu não sabia nada sobre parto humanizado, nem sabia que existia, mas sabia que eu queria um parto normal.
            Meu bebê cresceu, e com cinco meses de gravidez, eu descobri que era um menino. E aí eu e meu esposo começamos a decidir o nome dele. Tantos nomes depois, tantas crises de ciúmes depois (ah! como eu fiquei com ciúmes do meu marido nessa época), nós decidimos que o nome dele seria Calebe. E a partir de então era “o meu neto Calebe”, “o meu primo Calebe” e “quando é que o Calebe chega?”, e ficamos assim por vários meses nessa expectativa sem fim.
            Calebe me trouxe várias alegrias no tempo em que esteve em meu ventre. Fiz comprinhas de várias roupinhas e coisinhas para ele, e cada vez que ele me chutava só faltava eu pular de tanta alegria. Meu esposo já parecia um papai coruja e meus colegas de trabalho tomavam conta de mim, da altura do salto que eu usava, das coisas que eu comia, do estresse que eu passava no trabalho, estava sempre rodeada de amigos e parentes que cuidavam de mim o tempo todo.
            Eu morava no interior do Amazonas, mas sou natural de Recife-PE. Meus pais moram em Recife até hoje, e eles queriam muito que eu fosse ter o meu bebê lá. Mas eu também já tinha decidido que o meu parto normal seria na cidade que eu estava, pois a nossa casa já estava preparada para o bebê, toda pintada, e eu já tinha colocado o bercinho e as roupinhas do bebê na cômoda, tudo dentro do quarto, e grudei adesivos de bichinhos por toda a parede do quarto, pois eu sonhava em ensinar os nomes dos bichinhos para ele quando ele estivesse grandinho. E assim tudo estava decidido.
            O parto estava previsto para o dia 23 de outubro de 2011, um domingo. O médico queria marcar a cesárea, mas eu disse que queria normal, e assim estava feito. Quando foi na quinta-feira, dia 20 de outubro de 2011, de manhã cedinho, deu vontade de ir ao banheiro, e quando eu me limpei, veio com o tampão, grosso, amarelado, e com um pouquinho de sangue. Meu marido chamou a técnica em enfermagem que trabalhava com ele no posto de saúde, pois ela também era parteira, e quando foi umas nove horas da manhã, ela fez um exame de toque e eu estava com dois centímetros de dilatação. Mais dois exames de toque, e às três horas da tarde eu já estava com seis centímetros de dilatação, e decidi ir para a clínica com as minhas coisas e a do bebê.



           
            Foi aí que tudo começou, e eu não me lembro bem a ordem cronológica dos fatos. Eu lembro que eu fiquei andando pela clínica até chegar aos oito ou nove de dilatação, e as contrações ficavam cada vez mais fortes e menos espaçadas, mas eu lembro que cada minuto eu ficava mais feliz porque ia ver o rostinho do meu Calebe. Eu fiz diversos agachamentos também durante a caminhada, mas quando as contrações estavam bem fortes e uma atrás da outra, a técnica de enfermagem me mandou deitar na cama de parto e ela mesma estourou a bolsa. Daí as contrações ficaram fortíssimas, e eu comecei a fazer força. Encostava o queixo no peito, prendia a respiração e a cada contração eu fazia força. Meu bebê coroou uma vez, e voltou. Eu fiz mais força, ouvi a minha amiga que estava comigo dizer que ele tinha coroado e estava perto de nascer, mas na outra contração ele coroou de novo e voltou. Aí aconteceu uma coisa que me espantou. Alguém entrou na sala e entregou um bebê que tinha acabado de nascer em uma cesárea marcada para que a técnica que cuidava do meu parto cuidasse dele ao mesmo tempo. Aquilo me deixou com muita raiva, eu achava que o choro daquele bebê ia assustar o meu, sei lá. Senti uma vontade tão grande de levantar, eu queria ficar de pé, e sentia vontade de me agachar e fazer força agachada, pois não conseguia fazer a força que diziam, a força de “ir no banheiro quando tá duro”, deitada. Era uma posição extremamente desconfortável. Quando tentei levantar, a técnica não deixou, disse que o bebê já tinha engolido muita água e que se eu levantasse ele ia engolir mais. Então eu tentei deitada mais uma vez, e ele coroou e voltou de novo. Nesse ponto eu parei de sentir contrações, não sentia mais nenhuma contração, e comecei a sentir sono, um sono tão grande, não sabia o que estava acontecendo. Aplicaram em mim o soro para aumentar as contrações, mas mesmo com o soro, as contrações não voltaram e eu sentia sono. Quando o médico apareceu, depois de ter terminado aquela cesárea do bebê, a única vez que ele apareceu, a técnica disse que dava para eu ter normal, mas que eu estava “fazendo a força errada”. Então várias pessoas começaram a me “amassar”, a técnica, o médico, até o meu marido e a minha amiga, mas o bebê não desceu mais.
            Eu não sentia mais contrações, a técnica dizia que o bebê estava em sofrimento, e então eu olhei para o meu marido e disse a ele que seria a hora de pedir uma cesárea. O médico preparou o centro cirúrgico e me operou. A operação não durou nem 30 minutos. Meu bebê não chorou logo, e eu fiquei preocupada. Ouvi o médico gritando, chamando o nome da técnica em enfermagem que tinha tentado fazer o meu parto. Ela chegou e eu pedia para ver o Calebe, mas ninguém me mostrava ele. Demorou muito para eu vê-lo, ele estava roxinho, mas eu não conseguia ouvir o seu choro. Minha garganta começou a coçar e eu não conseguia falar. Depois de ouvir a palavra “adrenalina” uma vez, minha cabeça começou a doer tanto que parecia que ia explodir. Eu ouvia o aparelho automático de medir a pressão dizer “vinte por dezesseis” e eu perguntava loucamente “isso é a minha pressão?”. A cabeça parou de doer, a garganta parou de coçar, e a pressão voltou ao normal. Eu tinha tido uma crise alérgica a alguma coisa e por isso a dose de adrenalina. Lembro-me de quando cheguei ao quarto e depois apaguei.

         
            Lembro-me do bebê chorando agoniado durante a noite e lembro-me de alguém dizer de madrugada que eu não tinha bico no peito para dar de mamar, e mandaram meu esposo comprar aquele leite de lata para recém-nascidos. De manhã, na hora que fui tomar banho, meu bebê estava tomando uma mamadeira que fizeram para ele e de repente ele ficou roxinho, sem ar. Levaram ele para o médico, o bebê foi aspirado, meu marido disse que o bebê foi aspirado junto com outro bebê ao mesmo tempo, com o mesmo tubo. Levaram o meu bebê para um quarto isolado e colocaram-no no oxigênio. Eu também fui para este quarto e passamos lá toda a sexta-feira, esperando o Calebe melhorar. Como o meu sangue é negativo e o bebê nasceu com sangue positivo, o médico mandou a vacina anti-RH para aplicarem em mim, e meio sonolenta e cansada eu dizia que a vacina era para mim, até que alguém me acordou e disse que a vacina que o bebê tinha que tomar já tinha sido aplicada. Que vacina? Aplicaram a vacina que era para mim no meu bebê! Aquilo me deixou revoltada. O médico mandou outra vacina para mim, mas eu fiquei preocupada com as consequências de aplicarem uma vacina errada em um bebê recém-nascido tão fragilizado como o Calebe.
            O choro dele acalmou quando já eram umas sete horas da noite de sexta-feira. Ele dormiu um sono tão tranquilo, que eu e meu marido respiramos aliviados, achando que ele estava melhor. Aí quando foi umas dez horas da noite ele teve febre e não melhorou mais. Aplicaram dipirona no bebê, depois disseram que era errado aplicar dipirona, e fizeram compressa de álcool para ver se baixava a febre. Ele ficou muito mal durante a manhã de sábado. Como não tinha UTI neonatal na cidade que eu estava, eu decidi que era a hora de fazer alguma coisa. Solicitei o serviço aeromédico do meu plano de saúde, e o avião saiu de Manaus para vir buscar o Calebe. O médico que ia levá-lo chegou, tentaram encuba-lo na UTI aérea, foi necessário reanimar o meu bebê por três vezes, mas ele não resistiu. Esse é um relato resumido do que aconteceu com o meu bebê até o dia e hora que ele morreu, pois várias outras coisas aconteceram, maus tratos, pessoas descuidadas com o meu bebê que o pegavam de qualquer jeito.


            E hoje já faz mais de um ano e seis meses que o meu bebê Calebe se foi, foi embora para os braços de Deus. Eu imagino como lá no céu ele deve estar bem cuidado, sem dor, sem angústia, sem sofrimento. Eu imagino que os braços de Deus devem ser aconchegantes e fofinhos, e ele pode dormir lá, ou talvez já tenha crescido e esteja correndo pelos campos floridos do céu. Mesmo assim, o dia das mães está chegando aí, e este já vai ser o segundo dia das mães que eu passo sem ele, sem o meu bebê Calebe. Minha cabeça se enche de perguntas, está sempre cheia de “se”: E se eu tivesse ido ter o bebê em Recife? E se eu tivesse insistido que queria levantar e agachar? E se eu tivesse feito logo a cesárea? E se eu tivesse pedido o avião no dia anterior? São perguntas que invadem a minha cabeça e me machucam por dentro, causando em mim uma verdadeira sensação de impotência, talvez até de incompetência, por não ter conseguido “parir” meu filho. Ouvi algumas pessoas dizerem que a culpa foi minha, porque eu fiz a força errada. Ouvi alguém dizer que foi melhor o que aconteceu, porque aí eu ia cuidar só da minha recuperação. Foi minha mesmo a culpa? Na verdade, existem culpados nessa história? É certo que achar um culpado ou não, responder a todos os “se” da minha cabeça ou não, nada disso vai trazer ele de volta, e nada nem ninguém vai amenizar essa dor. Talvez um outro filho, quem sabe. Quando? Não sei. Só Deus saberá dizer quando estarei preparada novamente.

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Valéria, na minha opinião todas as respostas às suas perguntas levam sim a possível desfecho diferente. Se a equipe tivesse seguido o seu instinto totalmente acertado de levantar-se e colocar-se em uma posição verticalizada, o bebê teria descido e nascido com mais facilidade. Se a enfermeira não estivesse ocupada com outro bebê ao mesmo tempo que com o seu parto, se não tivessem empurrado tanto a sua barriga, a sua pressão provavelmente não teria subido tanto e vc poderia pegar seu filho no colo logo que ele nasceu. 

Quanto a fazer a força errada, isso é tão comum de se escutar e ao mesmo tempo tão absurdo... você estava na posição que a Organização Mundial de Saúde recomenda que não seja adotada! Eles dizem pra dar liberdade de posição e NÃO incentivar posição supina ou de litotomia, pois essa posição diminui a oxigenação da mãe e do bebê. O canal de parto vira uma rampa de subida, e é por isso que o bebê volta no canal de parto, ele escorrega de volta! Aí fica fácil demais da equipe fazer tudo errado e depois colocar a culpa na mãe...

Quanto a vacina que era para você ter sido aplicada no bebê... infelizmente o que temos de dados sobre isso nos mostra que a tão falada segurança do parto hospitalar muitas e muitas vezes leva a isso. O parto domiciliar é tão ou mais seguro que o parto hospitalar, e em grande parte porque erros como esse são praticamente impossíveis de acontecer quando o cuidado é um para um, ou seja uma equipe para cuidar de um parto. Ouso dizer que se o seu parto tivesse sido em casa nada disso teria acontecido. Não temos certeza de que outros problemas não teriam se apresentado, isso é verdade. Mas pela história que vc conta, TODOS os problemas que vocês tiveram foram CAUSADOS pela atenção desatualizada. Infelizmente médicos que se formam e param de estudar é o que mais se vê nesse país. Pelo visto eles nunca ouviram falar que quase metade do que aprendem na faculdade já está desatualizado no momento em que pegam o diploma na mão...

Enfim, agradeço muito por você compartilhar a sua história. Com certeza isso vai ajudar muitas mulheres e muitas famílias, e assim o seu anjo Calebe terá vindo com uma missão de ajudar e alertar outras mães e outros casais a buscarem as melhores alternativas de parto que estiverem ao alcance.

Você, assim como eu, não está mais em um lugar onde a Medicina atualizada ainda não chegou. Hoje nós duas moramos perto de uma maternidade que atende segundo as melhores evidências cientificas atualizadas. Isso com certeza não impede que fatalidades aconteçam, mas ser atendida por um médico que não parou de estudar provavelmente teria feito toda a diferença.

Um grande abraço e conte sempre comigo!

Vânia. 


segunda-feira, 1 de abril de 2013

Parto da Lívia - nascimento da Frida


  • Lívia contando sua história, buscando suas memórias, compartilhando emoções, ajudando outras mulheres a encontrar seus caminhos de parir!

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    Sempre quis ser mãe e desde muito tempo não tomava mais muita precaução para que isso não acontecesse na minha vida, ao mesmo tempo não sou uma pessoa de longos relacionamentos e assim minha vida foi se passando, minhas amigas de infância transformando-se, em sua grande maioria, em mães e eu já estava quase achando que essa não era para mim...

    Só que, em uma linda noite de lua cheia, eu e Renato nos encontramos, nos amamos conscientes de que queríamos uma gestação e após uns 15 dias isso se comprovou por meio de um leve enjoo que senti e que foi mais do que comprovado por um teste de farmácia - que tenho guardado até hoje!

    Meus pais, na época de nosso encontro e período de concepção de nossa bebê, estavam em sua primeira visita à Itália (descendência única de minha família) e quando visitaram a Basílica de Santo António de Pádua pediram que sua filha arrumassem um par. Digo hoje que o pedido foi tão intenso que veio tudo de uma vez: companheiro e neta!

    A partir de então, contamos para nossas famílias a mais nova descoberta e fomos nos acertando para que essa nova etapa da vida fosse concretizada: acompanhamento médico, readequação da moradia para receber tanto o companheiro quanto nossa bebê, deixar as tarefas do trabalho em ordem para quando me afastasse e enfim, a reflexão de como seria o parto.

    Nunca tive medo de parto normal, pois minha mãe teve os 4 filhos dessa maneira e ao mesmo tempo, também nunca me imaginei fazendo uma cirurgia para que fosse possível o nascimento de uma criança. Em contraposição, todas as minhas amigas que já haviam parido anteriormente, possuíam somente relatos de cesárias e eu sempre com perguntas sobre o porque de não terem partos normais. Somente uma delas havia tido, recentemente, sendo que após uma cesária, optou por um parto domiciliar, situação com a qual iniciei a reflexão de que realmente teríamos que nos informar mais sobre o assunto. Acabei por descobrir que minha ginecologista (que não consultava fazia mais de 2 anos) era a pessoa que mais estava encabeçando a proposta de parto natural na cidade e ao mesmo tempo, não estava mais atendendo via convênio, assim, já na  minha primeira consulta, fui no obstetra indicado por ela e somente com 29 semanas iniciei a participação no grupo de apoio ao parto natural de São Carlos (GAPN) , mais especificamente no dia 26 de abril de 2011. A partir de então praticamente não perdermos uma reunião, adquiri vários livros sobre o assunto e cada vez fui me empoderando mais e mais...

    Não sabia muito bem que doula escolher, pois havia a referência de uma enfermeira obstetra pelo parto domiciliar de uma amiga de Araraquara e ao mesmo tempo a indicação de uma psicóloga e por esta ser mãe de alunos do Renato e ele ter muito carinho por eles... acabamos por escolhe-la, fazendo as oficinas de amamentação e parto, assim como o acompanhamento da gravidez.

    Passei pela data provável do parto e fui ficando no grupo de apoio como a “bola da vez”, mas infelizmente entrando em minha 42a semana, optamos pela indução de meu trabalho de parto, pois não havia nenhum sinal dele, mesmo fazendo duas sessões de acupuntura (muito desconfortáveis para falar a verdade, pois lembro de minha filha pular na barriga e eu suar mais do que bica mineira...), os 3 hots, chá de canela com cravo, exercícios na bola de pilates, rebozo na varanda e folga do trabalho.... A sorte é que Frida já havia encaixado quase um mês antes e a barriga baixado uns 3 centímetros!

    Fui à maternidade me internar no sábado, dia 30 de julho, às 7h da matina, sendo que no dia anterior já havia esquematizado onde ficaria minha outra pequena (uma dachshund chamada Greta) e não comentei com ninguém que induziria o trabalho de parto.
    Logo quando chegue a maternidade e fui dar entrada, vi na listagem de mamães que uma das que estavam no grupo de apoio havia entrado antes de mim, a Carol Neves estava lá! E isso foi ótimo porque sua médica era àquela que havia me acompanhado anteriormente como ginecologista e acabou por também acompanhar o descolamento de membranas para dar o início ao TP, foi ótimo porque ela também me ajudou a ficar mais tranquila sobre a nossa decisão. Logo após, o procedimento foi colocar um comprimido a cada 6h no colo do útero para ele afinar, pois estava grosso/fechadíssimo.

    Passei o dia todo andando pelos corredores da maternidade, às vezes sozinha, às vezes com o Renato, fiz um cardiotoco e fui acompanhada pela equipe de enfermagem de hora em hora, assim como pelo meu obstetra que estava de plantão. Foram longas horas até que realmente entrasse em TP, sendo isso por volta das 2h ou 3h da manhã. Não consegui dormir muito, mais pela ansiedade do que pelo cansaço, sendo que a doula apareceu no início de noite para ver como estavam as coisas...







    Ao final da noite já estava com contrações bem doloridas e entrando na partolândia, quando fui para o chuveiro e fiquei por um bom tempo lá, escutando as inscríveis músicas do Buena Vista Social Club, que entravam pelos meus ouvidos e me faziam relaxar e curtir aquele momento que considero um dos mais incríveis de meu TP. Acabei por não aceitar a 4a dose do remédio que provavelmente foi o misoprostol e fiquei no chuveiro até que a doula chegou no início do dia...

    A partir dai, muitos fatos serão lembrados sem muita noção de tempo e sequência, pois já não estava mais com minhas faculdades mentais nítidas! Lembro de ter autorizado a aplicação do soro e de ter feito um toque para saber minha dilatação. Ao mesmo tempo, a percepção de que o quarto já havia sido transformado inteiramente em outra coisa foi demais, a doula e a enfermeira obstétrica (meu anjo da guarda!) foram fundamentais nessa fase do TP, pois o rebozo na porta do banheiro, as palavras de apoio, as massagens e a iluminação baixa foram incrivelmente bem escolhidas para que tudo caminhasse de forma que as contrações não parecessem ser tão doloridas quanto eram e a cada uma delas mentalizava que a hora estava chegando, assim como entre elas lembro de dormir em pé, falar com meus sonhos e pensar estar em outros lugares... foram “viagens” incríveis na partolândia.



    Até que em determinado momento, pedi para ir à banheira e novamente o banheiro estava totalmente equipado e modificado para a nova etapa do TP, mas neste momento, lembro-me de ter me desconcentrado, pois não estava encontrando posição confortável na hora das contrações, a iluminação estava super forte (o espaço não tinha cortinas - aliás, nenhuma!) e a banheira não era tão funda a ponto de ficar imersa, mas fomos nos adaptando e novamente fui me concentrando para ver o rostinho de minha pequena. 




    Fizemos um rebozo de lençol com a doula e a cada contração eu me agachava com a ajuda do Renato me sustentando pelos braços (lembrava dessa imagem em um dos livros que li! do Michel Odent). Foi essa a posição que nossa pequena Frida nasceu, sendo que um pouco antes lembro de ver a “sala” do banheiro cheia de gente, da doula perguntar como que filmava em sua câmera (e eu achando que iria ajudá-la vendo os botões e falando: aperta aqui e grava ali!) e da enfermeira obstétrica dizendo que era para chamar o obstetra logo que o bebê já iria nascer e que se ela pegasse antes dele daria “briga”... Tudo isso em flashs, pois a cada mínima desconcentração, já me recompunha em um mundo que era somente eu e minha filha trabalhando. Outra situação que me recordo foi da coroação da cabeça e da idéia do “círculo de fogo”, que ficou muito nítido no momento do acontecimento. Frida nasceu na água e veio direto aos meus braços, no dia 31 de julho de 2010 às 14h55.

    Infelizmente não pudemos cortar o cordão umbilical e nem ao menos senti-la por mais tempo em meu ventre recém-parido, pois houve a necessidade de levá-la, voltando somente em meu quarto quase 2 horas depois... Lembro-me de dizer ao Renato para acompanhá-la em todos os momentos, desde a aspiração até em sua “estadia” na incubadora e minha feição de decepção foi nítida. Mas ao mesmo tempo, o obstetra havia verificado que não havia lacerações, fui transportada para outro quarto, fiquei no chuveiro até a placenta descer (e que coisa mais incrível e inesperada!), meus pais e irmão (Dudu) chegaram e eu ficando cada vez mais desesperada em não ter minha pequena no colo...

    Até que por volta das 17h, Renato foi buscá-la, porque eu já estava quase surtando! Aconcheguei-a, cheirei-a, embalei-a, avistei-a e ficamos juntas até hoje, mesmo com os vários percalços que a vida nos fez passar após sua grande chegada ao lado de fora de meu ventre. Bem vinda minha bela e bem querida filha Frida, que o mundo possa ser tão lindo quanto o seu nascimento. Amo você por todos os meus poros, por toda a minha pele e por toda a minha alma... Amo-te mais do que tudo!
    ____________
    Para quem quiser trocar mais ideias com a Lívia sobre parto fica aqui o e-mail dela: 
    liviamartucci@gmail.com

    Lívia, fico muito grata por vc compartilhar sua história. Especialmente sendo um parto após completar 42 semanas, é importante que saibam que isto não é indicação de cesárea, e ainda pode ser um parto vivido intensa e ativamente. Parabéns, sempre!

    Vânia C. R. Bezerra

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Oficina de Preparação para a Amamentação e Primeiros Cuidados com o bebê


Oficina de Preparação para a AMAMENTAÇÃO e PRIMEIROS CUIDADOS COM O BEBÊ 





Objetivo: oferecer informações sobre a importância da amamentação, principais dificuldades e como contorná-las.

Conteúdo:



1. Preparação das mamas
2. Amamentação na primeira hora
3. Disponibilidade Emocional
4. Pega correta e Posições para facilitar a amamentação
5. Principais dificuldades e como contorná-las


6. Trocar fraldas, dar banho, cuidar do coto umbilical
7. Cólicas, rotina de sono.
8. Agasalhar muito, agasalhar pouco.
9. O banho de balde (ofurô).

O acompanhante pode ser o pai do bebê, sua mãe, sua irmã, ou sua melhor amiga... Qualquer pessoa que estiver disposta a estar junto e te ajudar, e com quem você se sinta completamente à vontade.

Dia 16/03/2013 - 15h00
Local: CLINFISIO Fisioterapia e Estética.
Rua Luiz Barbosa de Campos, 410 - Jardim Alvorada São Carlos - SP
(próximo ao restaurante Casa Branca).

Investimento: R$60,00 o casal – R$ 25,00 para cada acompanhante adicional.




Facilitadoras: 


Vânia C. R. BezerraPsicóloga Hospitalar - CRP 51.759Educadora Perinatal e Doula - formada pelo Grupo de Apoio a Maternidade Ativa, atendendo como doula desde 2004vaniacrbezerra@yahoo.com.br(16)9794-3566 / 3413-7012

Tatiana C. F. Nagliati - (CRP 06/99230)
Psicóloga, Educadora Perinatal e doula.
Formada pelo Grupo de Apoio à Maternidade Ativa,
atendendo como doula desde 2007.
jtnagliai@terra.com.br   9166-6524






Vagas limitadas. Somente com Inscrições Antecipadas.
Enviar os seguintes dados para o e-mail: vaniacrbezerra@yahoo.com.br


Nome completo:

Telefones para contato:

e-mail:

de quantas semanas vc está: 

quando completa 40 semanas? (comumente chamada de DPP):

Vai um(a) acompanhante com vc? Qual o nome?

Quem é seu médico?


Realização condicionada a número mínimo de participantes, por isso não deixe para se inscrever na ultima hora. Não é necessário pagar com antecedência.


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Oficina de Parto 16/02/2013


Próxima Oficina de Preparação para o Parto Ativo: dia 16/02/2013 (sábado) às 15h00, em São Carlos.

A oficina tem duração de duas horas a duas horas e meia e o objetivo é revisar as fases do trabalho de parto, com enfase no que a mulher pode sentir em casa fase e como o/a acompanhante pode ajudar nos diferentes momentos. Conversaremos bastante sobre as posições mais favoráveis, as massagens, demonstrando-as e incentivando a pratica. Por isso é muito importante, se possível, que o/a acompanhante de escolha compareça também.

São muitos pequenos detalhes que juntos podem fazer uma enorme diferença! Um(a) acompanhante calmo e que saiba o que fazer durante as contrações vai tornar a experiência de ambos bem mais tranquila.

Local: CLINFISIO Fisioterapia e Estética.
Rua Luiz Barbosa de Campos, 410 - Jardim Alvorada São Carlos - SP
(próximo ao restaurante Casa Branca).

Investimento: 60,00 por gestante com um acompanhante.

Inscrições por e-mail ou telefones abaixo relacionados.

enviar por e-mail os seguintes dados:

Nome completo:

Telefones para contato:

e-mail:

de quantas semanas vc está: 

quando completa 40 semanas? (comumente chamada de DPP):

Vai um(a) acompanhante com vc? Qual o nome?

Quem é seu médico?

Realização condicionada a número mínimo de participantes, por isso não deixe para se inscrever na ultima hora. Não é necessário pagar com antecedência.

Vânia Bezerra
vaniacrbezerra@yahoo.com.br
(16)9794-3566 / 3413-7012

Tatiana Fusco Nagliati
jtnagliai@terra.com.br
9166-6524